Postado em 17 julho, 2014
A Diretoria Executiva Nacional (DEN) do Sindireceita, juntamente com membros do Sindifisco, reuniram-se ontem, dia 16 de julho, com representantes do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) para tratar da implementação do bônus de eficiência na carreira auditoria.
Estiveram presentes na reunião, pelo Sindireceita, a presidenta Sílvia de Alencar, o diretor de Assuntos Parlamentares Sérgio de Castro e o vice-presidente Geraldo Seixas. Pelo MPOG, estavam presentes o secretário de Relações do Trabalho no Serviço Público, Sérgio Mendonça e a secretária de Gestão Pública, Ana Lúcia Amorim. Também estiveram presentes na reunião, pela Secretaria de Relações de Trabalho no Serviço Público, a secretária-adjunta Edina Lima, o assessor Vladimir Nepomunceno e o coordenador-geral de negociação e relações sindicais José Borges e, pela Secretaria de Gestão Pública, a secretária-adjunta Marilene Lucas. Pelo Sindifisco, estiveram presentes o presidente, Cláudio Damasceno, o 1º vice-presidente, Ayrton Eduardo de Castro Bastos, a 2ª vice-presidente, Lúcia Helena Nahas e o secretário geral, Mário Pereira.
O bônus de eficiência estipula metas a serem alcançadas pelos servidores. O objetivo é incentivar os servidores a atingirem tais metas e em função disso fazerem jus ao bônus, o resultado é a melhoria do serviço público, tanto para o servidor, quanto para o cidadão. Pelo projeto, o bônus será trimestral no valor de 45% do maior subsídio do respectivo cargo da carreira de auditoria. Para o financiamento desse bônus, seriam utilizadas verbas do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf), já utilizado para fins similares. O fundo é extremamente superavitário e é composto de fontes de renda da própria Receita Federal, como multas, apreensões e leilões. Por isso, o bônus não impactaria diretamente os cofres públicos e, ao mesmo tempo, não sobrecarregaria o Fundaf, uma vez que não utilizaria todas as fontes do mesmo.
A maior diferença entre esse novo projeto e a extinta RAV é a maior rigidez na avaliação dos resultados, de modo que os servidores apenas seriam recompensados caso realmente as metas sejam atingidas. A mensuração dessa eficiência, será realizada através do Índice RFB, mecanismo já existente e utilizado pela administração no gerenciamento de suas atividades.
A presidenta do Sindireceita, Sílvia de Alencar, reforçou ser essencial que as duas categorias trabalhem juntas para garantir o andamento desse projeto, que também garante a paridade entre ativos e aposentados. “Essa causa nos une por diversos motivos. Não podemos abrir mão desse subsídio. A contrapartida será a melhoria gradual do serviço público. Vale ressaltar que não concordamos com metas individuais, pois o espírito do projeto é a meta institucional, reforçando a ideia de trabalho de equipe”, afirmou. O diretor de Assuntos Parlamentares, Sérgio de Castro, explicou que toda a sociedade ganha com a implementação do bônus. “O que estamos propondo, em conjunto com o Sindifisco, é um modelo no qual possamos produzir mais, de forma que o país cumpra de forma eficaz o seu papel, por meio da Receita Federal, de administração tributária”, disse.
O modelo proposto inova em diversos aspectos. Ao mesmo tempo que dá uma nova visão, que vai ao encontro de práticas adotadas em diversos estados da federação, em relação à administração pública federal, tal inovação representa, de certa forma, um obstáculo em função do modelo existente. Pode haver uma certa resistência por parte do governo em mudar os atuais paradigmas para a adoção de novos sistemas. A secretária de Gestão Pública Ana Lúcia Amorim, sintetizou as possíveis dificuldades futuras: “A proposta é muito inovadora, mas torna-se complicada devido à lógica vigente. Temos que considerar o cenário geral do serviço público e analisar o reflexo da adoção dessa prática a nível nacional, estadual e municipal. É uma reflexão que traz uma mudança estrutural e não impacta apenas essas categorias”, afirmou, sugerindo um maior aprofundamento do tema. “Temos que desenhar um modelo eficaz, que traga melhorias para a sociedade e que mude a visão do serviço público”, complementou.
O presidente do Sindifisco, Cláudio Damasceno, entendeu o questionamento da secretária mas reforçou que é possível a implementação do bônus. “É uma inovação a nível federal, mas a prática já é adotada em estados e municípios. Em São Paulo, por exemplo, já há a paridade entre ativos e aposentados: os dois recebem o mesmo salário. Em diversos outros estados e municípios também já existe o bônus, mas com outra nomenclatura”, explicou.
O secretário Sérgio Mendonça elogiou a iniciativa conjunta do Sindireceita e Sindifisco e está aberto a negociações, mas salientou que o projeto deverá ser bastante discutido antes de um veredito, pela sua complexidade. Para isso, Mendonça pediu um tempo para análise da proposta e para saber a visão governamental sobre o assunto e logo depois marcará uma nova reunião com as entidades. “Temos agora uma abertura para prosseguir com esse debate”, concluiu.