Em relação à matéria “PF ameaça investigar figurões se não tiver aumento de salário", publicada pelo “Correio Braziliense” (06/09/2011), a Federação Nacional dos Policiais Federais, entidade que congrega 27 sindicatos de todo o País, esclarece que as informações divulgadas não expressam a opinião de todas as entidades representativas dos servidores da PF.
A Fenapef reitera seu posicionamento, tornado público no mês passado, a propósito da deflagração da “Operação Voucher”, de que não coaduna com a exploração de eventuais desgastes políticos provocados por investigações cujos alvos sejam integrantes do governo, como pretexto para reivindicações salariais.
A Fenapef vem trabalhando em prol da reestruturação da carreira policial e, principalmente, do reconhecimento das atribuições de todos os cargos da instituição, todos de nível superior e com níveis similares de responsabilidade e complexidade . As gestões junto ao Executivo e ao Congresso Nacional, para a aprovação de uma lei orgânica. Também temos apoiado e reinvindicado a valorização da carreira dos servidores administrativos, atualmente desprestigiada.
Contudo, a entidade repudia a utilização de operações policiais como instrumento de pressão, na defesa dos interesses de seus representados, norteada pelo imperativo ético da separação entre interesses públicos e coorporativos.
Em 21 anos de história, a Fenapef tem reivindicado melhores condições de trabalho, inclusive, através do exercício do legítimo direito de greve, que garantiram avanços significativos para os servidores da Polícia Federal. Muitas lideranças sindicais já foram vítimas de procedimentos disciplinares, inquéritos policiais, perseguições por dirigentes da PF, em virtude de movimentos por melhores condições de trabalho.
Alguns foram até demitidos em virtude da atuação sindical, mas não por ações oportunistas, muito menos com interesses políticos.
Nossa entidade sempre defendeu uma polícia republicana, livre de amarras político-partidárias. Também temos reivindicado a liberação de recursos para o regular funcionamento da PF, como forma de melhorar a segurança pública. Defendemos o emprego de algemas em presos, para garantir a integridade dos policiais, dos próprios conduzidos e, em especial, da sociedade.
No entanto, com freqüência, também temos criticado a exploração midiática de operações policiais, independente do status social dos investigados, bem métodos ou ações que extrapolem os limites da legalidade ou visem à promoção pessoal ou política de qualquer servidor, independente do cargo que ocupa na instituição.
Nossa principal meta principal é contribuir para maior eficiência, profissionalização, transparência e fortalecimento da Polícia Federal, no cumprimento de suas atribuições constitucionais.
De forma democrática e independente, a Fenapef também já manifestou críticas de interesse público e da categoria de servidores que representa, tanto a dirigentes anteriores, como ao atual diretor-geral da PF e também ao ministro da Justiça.
Nossa luta em prol do reconhecimento e da valorização profissional de todos os servidores da Polícia Federal é contínua. Como cidadãos e servidores públicos, defendemos o diálogo, de forma transparente e leal. Se as negociações com o governo se esgotarem, utilizaremos o instrumento legítimo da mobilização dos nossos filiados, com ampla divulgação dos nossos pleitos, se preciso for fazendo paralisações e até greve, sem bravatas e muito menos chantagens.
Fonte: Agência Fenapef
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