Nicolau Maquiavel é
reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato
de haver escrito sobre o Estado e o governo como realmente são e não como
deveriam ser. Os recentes estudos do autor e da sua obra admitem que seu
pensamento foi mal interpretado historicamente. O filósofo Jean-Jacques
Rousseau, mais de dois séculos depois, reconheceu que “Maquiavel, fingindo dar
lições aos Príncipes, deu grandes lições ao povo”. Mas desde as primeiras
críticas, feitas postumamente por um cardeal inglês, as opiniões, muitas vezes
contraditórias, acumularam-se, de forma que o adjetivo maquiavélico, criado a
partir do seu nome, significa esperteza, astúcia.
No capítulo III, que trata dos
principados mistos, da principal obra de Maquiavel – O Príncipe – destaca-se um
ensinamento que se aplica muito bem a situação atual por que passa a categoria
dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil com o advento da ADI nº
4616 instada por outro sindicato de trabalhadores, que diz que “os homens
devem ser acarinhados ou eliminados, pois se se vingam das pequenas ofensas, das
graves não podem fazê-lo; daí decorre que a ofensa que se faz ao homem deve ser
tal que não se possa temer vingança.”. Não fomos acarinhados ou
muito menos eliminados!
Como pessoas de bem, buscamos
sempre seguir o bom caminho, fazer as coisas certas e construir o bem com as
pessoas que convivemos, mas não resta dúvida que, mesmo contra a nossa vontade,
o destino pode mudar tudo sem mais nem menos e nos obrigar a enfrentar o mal,
“cara a cara”. Nunca acreditamos na neutralidade de nossos antagonistas, pelo
contrário, sempre se esperou ações de desconstrução exatamente de onde vieram,
mas um erro foi cometido na estratégia dos nossos pretensos algozes, que
inobservaram o ensinamento transcrito acima, uma vez que a ofensa que sofremos
não terá a capacidade de nos eliminar.
Em uma interpretação do que
escreveu Maquiavel pode-se afirmar que ataques que não produzem resultados e só
se prestam a provocar e fortalecer o sentimento de rivalidade não tem nenhum
valor e deveriam ser evitados, ainda mais com a forma utilizada, pois os embates
longos desgastam forças e posições. Não temos mais compromisso e podemos
revidar, temos justificativa, afinal inimigo batido não é inimigo vencido. A ADI
não prosperará e ficaremos mais fortes. E é o também filósofo Nietzsche que nos
ensina que “Aquilo que não me destrói fortalece-me". Estamos preparados para o
embate!
Artikel Terkait: