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29 de março de 2013

Pirataria movimenta 60% do mercado de relógios no Brasil

Technos compra rival Dumont por R$ 182 milhões

Com 31% das vendas nacionais de relógios, fabricante agora terá mais 15% de um mercado que no ano passado movimentou R$ 1,2 bilhão.
[ i ] Technos e Dumont produzem relógios no Polo Industrial de Manaus.
São Paulo - Nove meses depois de adquirir a rede de franquias Touch, o Grupo Technos, de relógios, fechou ontem a compra da rival Dumont, por R$182,1 milhões. Com o negócio, a Technos, dona de 31% do mercado nacional de relógios, passará a deter 46% das vendas no País, segundo dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
Tanto a Dumont Saab do Brasil quanto a Technos produzem seus relógios no Polo Industrial da Zona Franca de Manaus. A Technos é a maior fabricante nacional, com as marcas Technos, Mormaii, Mariner, Euro, Seiko, Timex, Allora e Touch. Com a compra, a empresa passa a controlar também marcas como Dumont e Condor. Outras grifes, como Fossil, Armani, Diesel, DKNY, Burberry, Michael Kors e Marc Jacobs - que eram licenciadas para a Dumont - ficam agora com a Technos.
Empresa de gestão familiar, a Dumont está na Zona Franca de Manaus desde 1970, produz em média 132 mil relógios ao mês e tem 300 funcionários. A companhia não divulga faturamento.
A Technos foi criada em 1956, no Rio de Janeiro, como representante da marca suíça Technos. Nos anos 90, a companhia comprou os direitos da marca suíça. Na década seguinte, em 2008, a Technos foi comprada por um grupo de investidores formado pelos fundos DLJ, Dynamo e outros administradores.
Seus produtos são focados nos consumidores das classes B e C e têm preço médio de R$ 125. A Dumont atua na mesma faixa, com preço médio de R$ 121.
Novos negócios
Em 2011, a Technos abriu capital e com parte dos R$ 461 milhões que levantou na Bolsa pagou suas dívidas e partiu para aquisições no mercado. A primeira foi a rede de franquias de relógios Touch, comprada em julho por R$ 20,6 milhões. A segunda foi a Dumont, anunciada ontem.
"Pautamos nossa estratégia de crescimento não só pela expansão orgânica de marcas, mas também pelo desenvolvimento e a aquisição de novos negócios", divulgou a empresa no balanço dos resultados de 2012, divulgado ontem à noite ao mercado.
No ano passado, conforme o documento, a empresa teve receita bruta de R$ 377,1 milhões, com alta de 17,9% sobre 2011. A empresa, que também fatura com assistência técnica e troca de pulseiras, vendeu 2,9 milhões de relógios em 2012 - 19% a mais que no ano anterior.
Pirataria
"As pessoas continuam comprando relógios porque o produto virou um adorno e símbolo de status", diz Nelson dos Santos, presidente do Sindicato das Indústrias de Relojoaria e Ourivesaria de Manaus.
Em 2012, as vendas nacionais de relógios movimentaram R$ 1,2 bilhão. Desse total, 135 milhões são de relógios importados formalmente. Outros R$ 600 milhões são a fatia dos relógios fabricados na Zona Franca de Manaus, segundo Santos.
A diferença - R$ 465 milhões _ é a parte que fica com a pirataria, segundo se estima no setor. "Mas acredito que a pirataria passe de 60% do total que movimenta o mercado", diz Santos.
Há alguns anos, segundo ele, o sindicato pediu ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e à Receita Federal que o País estabelecesse um preço de referência para entrada de relógios importados no Brasil. "O preço mínimo para um relógio bem simples produzido aqui é de US$ 8 por unidade. Mas a pirataria chega custando US$ 2,50 ou até US$ 2 por unidade", explica ele. "Acredito que a aquisição da Dumont pela Technos vai ser boa para o mercado nacional, pois assim teremos um participante de peso para negociar com o governo."

Fonte: d24AM


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