como criar um site

.

27 de junho de 2013

Mantega diz que se cansou de saber de decisões da Receita pelos jornais....


Em casa, superministro

Correio Braziliense - 27/06/2013
 

Alvo principal de rumores do mercado sobre possíveis demissões no governo de Dilma Rousseff, Guido Mantega adotou postura de superministro dentro da Fazenda, pasta que comanda desde 2006. Cansado de ser surpreendido por decisões de seus secretários, baixou memorando determinando que nada, nenhum comunicado ou portaria, pode ser divulgado sem que o texto passe pelo seu crivo. Nem mesmo a Receita Federal, que costuma alardear a sua independência em relação ao ministro, escapou da linha dura baixada por ele.
"O ministro se cansou de saber de decisões da Receita e do Tesouro pelos jornais ou empresários que o procuravam para se queixar de medidas que iam em direção oposta ao discurso do governo", contou um técnico da equipe econômica. "Foram vários os casos de industriais que procuraram Mantega reclamando que, um dia depois de a Fazenda dar incentivos ao setor produtivo, a Receita liberava portarias inviabilizando o que foi anunciado. Estava uma farra", contou outro técnico do governo.
Mantega aproveitou o memorando para assumir parte das atribuições da Secretaria Executiva, que era ocupada por Nelson Barbosa. Uma delas, a indicação para conselhos de administração de empresas estatais e privadas, nas quais a Fazenda tem direito a voto. Os salários pagos por esses conselhos são generosos e engordam muitos contracheques na Esplanada nos Ministérios. "Agora, é o ministro quem indica os conselheiros. Assim, evita-se que pequenos grupos sejam privilegiados", assinalou um servidor da Fazenda, que acompanha o assunto de perto.
A ideia de Mantega era publicar as suas determinações no Diário Oficial da União, mas acabou sendo convencido de que, ao dar transparência à medida lhe concedendo mais poder, abriria espaço para críticas e acusações de autoritarismo. A opção, então, foi por um memorando interno.
Fofocas
Ontem, em audiência pública na Câmara dos Deputados, Mantega foi questionado, com veemência, sobre os fortes rumores no mercado e entre parlamentares do PT e da base aliada do governo de que está prestes a ser demitido, com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sendo deslocado para a Fazenda. "São fofocas. E, se formos dar ouvidos a fofocas, estaremos perdidos", afirmou. Na avaliação do ministro, é importante não dar ouvidos a "esses ruídos", porque eles atrapalham a condução das políticas de governo. "Num momento de turbulência, você colocar suspeitas sobre a equipe econômica, lançar essas fofocas, é somar turbulência", disse.
Mantega afirmou ainda haver "gente com a postura" de querer enfraquecer o governo e frisou que essas "ações sempre envolvem algum interesse escuso". Sendo assim, complementou: "Não devemos dar atenção a isso, principalmente quando não há fundamento". (Colaborou Antonio Temóteo)


Artikel Terkait: