A Comissão de Constituição e Justiça do Senado, presidida pelo senador oposicionista Demóstenes Torres (DEM-GO), aprovou na manhã desta quarta-feira (11) convite para que o corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos D´Ávila, possa explicar as investigações que o Fisco faz sobre o vazamento de dados tributários e de Imposto de Renda do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge. A oitiva, caso ocorra, já que o corregedor pode se negar a comparecer ao colegiado, está agendada para o dia 31 de agosto, às 10h.
A auditora fiscal Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves da Silva, apontada como suspeita de ter violado sem motivo profissional os dados de Eduardo Jorge, não compareceu ao depoimento agendado para esta quarta. Em documento enviado aos senadores negou participação na quebra dos dados do tucano e disse que sua senha no Fisco foi "utilizada indevidamente" por terceiros. Antonia explicou ainda estar "muito fragilizada emocionalmente" e afirmou que só poderá falar sobre o caso após a conclusão ao processo administrativo disciplinar de que é alvo.
Em depoimento na última quinta na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, Eduardo Jorge voltou a atribuir à "campanha de Dilma" o vazamento de informações fiscais sobre sua movimentação financeira e sobre dados confidenciais contendo seu Imposto de Renda.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, um grupo de investigação supostamente ligado à petista Dilma Rousseff, candidata à presidência da República, obteve documentos de uma série de três depósitos na conta de Jorge, além de informações sobre seu IR. O caso ainda está sendo apurado pela corregedoria-geral da Receita.
"Primeiro foi uma quebra de sigilo fiscal, mas também bancário. Tanto que o repórter me disse que o depósito era verdadeiro. Os sigilos são independentes e não podem ter sido feito pela mesma pessoa. Foi gente do comitê da Dilma. Não é nenhuma ilação dizer que o comitê fez o dossiê ou que recebeu (as informações sob) sigilo e sabe quem fez. Admito a possibilidade de eles serem inocentes. (Se forem) que digam quem foi (que vazou os dados)", disse Eduardo Jorge ao Terra.
Em julho, durante depoimento no Senado, o secretário-geral da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, afirmou saber quais funcionários acessaram com ou sem razão profissional para tal os dados fiscais do dirigente tucano. A analista tributária Antonia Aparecida Rodrigues Santos Neves Silva é suspeita de ter acessado imotivadamente os dados fiscais do tucano e foi afastada pela Corregedoria-geral da Receita Federal em Brasília.
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