Operação Trem Fantasma
Sindicato tenta soltar auditores presos por contrabando
Funcionários da Receita são suspeitos de desviar 50 milhões de reais
Carolina Freitas
O Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita tenta na Justiça revogar a prisão de cinco funcionários do órgão detidos pela Polícia Federal sob suspeita de envolvimento com uma quadrilha transnacional de fraude fiscal e contrabando. A entrada irregular de produtos importados pelo Aeroporto Internacional de São Paulo causou prejuízo superior a 50 milhões de reais em impostos sonegados, segundo o delegado da PF Edgar Paulo Marcon.
Entre os cinco auditores detidos pela Operação Trem Fantasma está o chefe de trânsito aduaneiro do aeroporto, Francisco Plauto Moreira. Foram presos ainda três auditores do Tesouro Nacional, dois policiais federais e 17 funcionários de companhias aéreas, empresas de segurança, despachantes e empresários.
O pedido de revogação de prisão dos auditores foi formalizado pelo presidente do escritório paulista do Sindifisco Nacional, Rubens Nakano, no Fórum da Justiça Federal de Guarulhos. O processo corre sob segredo de Justiça.
Nakano diz ver com “apreensão” as repercussões da operação da PF. “Antes mesmo de uma sentença condenatória, colegas já foram presos”, argumenta. “O sindicato não defende a impunidade. Apenas desejamos que nossos colegas possam exercer plenamente suas garantias constitucionais de defesa.”
Para Nakano, os funcionários da Receita suspeitos de participação na quadrilha não oferecem risco ao trâmite do processo e, por isso, poderiam ficar em liberdade.
Durante as incursões da operação, policiais federais encontraram, nos imóveis de três auditores da Receita Federal e de um despachante aduaneiro, um milhão de dólares e cem mil reais. Em dinheiro.
Fonte: VEJA
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