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18 de novembro de 2010

SP: 'falsificação é o crime da década', diz Receita Federal. "Pirata tô fora" neles!

Nota da DS-Manaus/AM: Vamos valorizar mais ainda a campanha"Pirata tô fora"

Os altos lucros provenientes da pirataria e da falsificação de mercadorias vêm atraindo a atenção de criminosos que antes atuavam em outros ramos, até mesmo no narcotráfico. A constatação é do superintendente da Receita Federal em São Paulo, José Guilherme Antunes de Vasconcelos, que apresentou nesta quinta-feira a maior apreensão de produtos piratas já feita no Brasil. "A falsificação é o crime da década", afirmou.

A Operação Leão Expresso 2010, segundo Vasconcelos, representa quase 10% do valor total de mercadorias apreendidas no País no ano passado, que totalizou cerca de R$ 1,4 bilhão.

Ao longo dos 108 dias da operação, desencadeada entre julho e outubro com o apoio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, foram apreendidas mais de 3,6 milhões de mercadorias, com um valor total de mais de R$ 135,4 milhões. Segundo Vasconcelos, 120 empresas e dez pessoas físicas estão envolvidas na fraude, quase todas sediadas no Estado de São Paulo. "São empresas de fachada, sem saúde financeira, que são montadas só para esconder esse tipo de fraude", disse o superintendente regional. Todo o material apreendido foi interceptado pelos Correios.

Após um pente fino no setor de remessas expressas dos Correios, destinado à importação de artigos para consumo próprio com valor de até US$ 3 mil, foram detectadas diversas fraudes e crimes na importação, entre elas o subfaturamento, a falsa declaração de conteúdo e a pirataria.

Para a Receita, os falsificadores e contrabandistas passaram a usar os Correios no esquema devido à intensificação da fiscalização nos portos e aeroportos brasileiros, que dificultaram a atuação das quadrilhas. A migração para os Correios, segundo Vasconcelos, já era esperada. "Já temos ideia de qual será o próximo passo (da quadrilha)", disse o superintendente, sem revelar o andamento das investigações.

A maior parte da mercadoria falsificada tem origem chinesa, enquanto os produtos originais contrabandeados vêm dos Estados Unidos. Segundo a Receita, o destino final das mercadorias seria o comércio popular, como na rua 25 de Março, na região central de São Paulo, e em sites na internet.

Entre as mercadorias apreendidas estão celulares, óculos, relógios, equipamentos eletrônicos e peças de vestuário. Ao todo, foram interceptados cerca de 409 mil celulares (no valor de R$ 89,7 milhões), 459 mil óculos (R$ 11,2 milhões), 131 mil relógios (R$ 9,2 milhões), 44,2 mil aparelhos de MP3 e MP4 (R$ 3 milhões), 9,7 mil equipamentos de GPS (R$ 2,9 milhões), 58,4 mil cartões de memória (R$ 2,3 milhões), 23,6 mil câmeras (R$ 1,6 milhão) e outros 2,45 milhões de itens, entre videogames, softwares e roupas.

Os produtos contrabandeados ficarão sob a tutela do Ministério da Fazenda até serem leiloados, enquanto as mercadorias falsificadas serão destruídas. Segundo dados do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, o Brasil perde anualmente R$ 30 bilhões com o mercado ilegal. No mundo todo, a Interpol estima que os prejuízos cheguem a US$ 520 bilhões (R$ 899,02 bilhões).

Fonte: TERRA


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