Amazonas é vizinho dos maiores produtores de cocaína e crack do mundo.
Manaus - A maior parte da cocaína e do crack consumidos no Brasil é produzida na Bolívia, Peru e Colômbia. Estes dois últimos países fazem fronteira com o Brasil nas regiões de floresta do Amazonas. A informação foi dada pelo diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal (PF), delegado Oslain Campos de Santana, aos senadores da Subcomissão Temporária de Políticas Sociais sobre Dependentes Químicos de Álcool, Crack e outras Drogas, que integra a Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
O delegado informou que é preciso priorizar o combate ao narcotráfico nas fronteiras, com investimentos em tecnologia e ampliação da cooperação com os órgãos estaduais e internacionais. Segundo ele, a Polícia Federal (PF) aumentou de 553, em 2006, para 982, em 2010, o efetivo nas fronteiras do País e está mantendo o foco no patrimônio dos criminosos obtido por meios ilegais. Santana apresentou um detalhado mapa contendo informações sobre as rotas do tráfico de drogas e o monitoramento das fronteiras brasileiras; estatísticas sobre o consumo de drogas; e um rol de estratégias da PF para enfrentar o comércio ilegal de entorpecentes. Entre os dados estatísticos levados ao conhecimento dos senadores, está o de que 2,6% dos brasileiros entre 15 e 64 anos consomem maconha, produzida principalmente no Paraguai e nos Estados brasileiros de Pernambuco, Bahia, Maranhão e Pará. Os consumidores de cocaína representam entre 0,7% e 1% da população, mas o grupo está crescendo, ao contrário daquele que consome maconha.
De acordo com Santana, o combate ao narcotráfico não pode depender apenas da apreensão de drogas e da prisão de traficantes. Para ele, enfraquecer as atividades econômicas do crime organizado exercidas com aparente legalidade dará melhores resultados. É preciso mais atenção às investigações sobre a ‘lavagem’ dos recursos, além de medidas para o confisco dos bens adquiridos pelos criminosos, disse.
“Não adianta deixar o criminoso na posse dos bens. É indispensável mostrar que o crime não compensa atacando os lucros do negócio” - advertiu, destacando, ainda, a importância de se chegar aos financiadores do tráfico. Ele lembrou que o País possui quase 17 mil quilômetros de fronteiras secas, com dez países da América do Sul, numa extensão que representa um desafio para o controle da entrada das drogas, afirmou o delegado. Numa comparação, observou que os Estados Unidos - que enfrentam a entrada de drogas a partir do México - mantêm pouco mais de 3 mil quilômetros de fronteiras com o vizinho. Além de reforçar a vigilância das fronteiras, disse o delegado, a Polícia Federal vem ampliando a cooperação internacional para combater o tráfico, entre outras ações estratégicas.
Fonte: D24AM
Artikel Terkait: