Criação do grupo é uma das propostas em discussão em reunião de ministros de
Justiça e Segurança do G8, mais países convidados, sobre crimes internacionais
Andrei Netto/PARIS - O Estado de S.Paulo
O Brasil será convidado a participar de um grupo de países que desenvolverá
ações conjuntas contra o crime organizado, em especial o tráfico de drogas e de
armas. A informação foi confirmada nesta segunda-feira, 9, em Paris, pelo
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A criação do grupo será discutida
nesta terça-feira, 10, em uma reunião de ministros de Justiça e Segurança dos
países-membros do G-8, mais governos convidados.
O objetivo do grupo seria integrar ações de inteligência e de repressão em
diferentes países, organizando o trabalho de polícias nacionais, caso da Polícia
Federal no Brasil. A proposta de criação do grupo foi feita pelo presidente da
França, Nicolas Sarkozy, aos demais membros do G-8 - Estados Unidos, Canadá,
Alemanha, Itália, Reino Unido, Japão e Rússia. Para discutir detalhes do
projeto, uma reunião de ministros foi programada para hoje, em Paris, com a
participação de países convidados, entre os quais o Brasil.
"É uma discussão muito saudável, porque é um problema que transcende
fronteiras", afirmou Cardozo. "A ideia da troca de informações é chave, sem que
você venha a perder a sua identidade e a sua soberania." Segundo o ministro, o
Brasil foi convidado a participar por suas dimensões geográficas e econômicas e
pelo fato de fazer fronteira com grandes produtores de cocaína, como Colômbia e
Peru, e maconha, caso do Paraguai.
O grupo reuniria ainda países produtores de drogas, assim como aqueles pelos
quais tráfico transita e onde o produto é consumido, como Estados Unidos e
Europa. "O Brasil é convidado um pouco por tudo. É principalmente um país de
trânsito, mas também um pouco de produção e de consumo, características de um
país continental." Para Cardozo, uma das contribuições do Brasil será o melhor
monitoramento das fronteiras, assim como a melhor integração com países
vizinhos, como Bolívia, Argentina e o Paraguai. "Temos de reduzir a
vulnerabilidade da fronteira brasileira", reconhece.
Fonte: ESTADÃO
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