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6 de julho de 2011

Líderes de entidades do PIM interpretaram declaração de delegado federal como prejudiciais à Zona Franca de Manaus

Entidades que representam empresários do Polo Industrial de Manaus (PIM) reagiram à declaração de que o “Amazonas é um campo fértil para lavagem de dinheiro” e irão encaminhar nota de repúdio ao Ministério da Justiça (MJ). A afirmação foi dada pelo coordenador-geral de Articulação Institucional do Ministério da Justiça (MJ) e delegado da Polícia Federal (PF), Roberto Biasoli, na última quinta-feira. A menção deve ser encaminhada ao MJ na próxima semana.
Roberto Biasoli está em Manaus desde a segunda-feira coordenando um curso de capacitação promovido pela Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Encla) do MJ. Entre os alunos do curso, que termina nesta sexta-feira (1), estão delegados e policiais das polícias Federal e Civil, técnicos da Receita Federal, da CGU e da AGU.
Em entrevista ao jornal A CRÍTICA, Biasoli afirmou que o Amazonas atrai a prática de crime de lavagem de dinheiro devido à grande circulação de capital. Como operadores de esquemas de lavagem de divisas, Biasoli citou empresários do PIM, políticos e traficantes internacionais de droga.
O assunto foi uma das pautas do Conselho de Desenvolvimento do Amazonas (Codam) que se reuniu ontem e contou com a presença do vice-governador do Estado, José Melo (PMDB). Os membros do conselho - líderes de entidades que representam empresários e operários do PIM - interpretaram a opinião técnica do delegado federal como um ataque à imagem da Zona Franca e se sentiram ofendidos.
Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) e presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus (Sinaees), Wilson Périco, a declaração de Biasoli foi infeliz. Périco destacou que para se instalar uma empresa no PIM é preciso do aval de vários órgãos federais e estaduais, incluindo dois Ministérios: o da Agricultura e da Ciência e Tecnologia.
“Não existe região mais fiscalizada que a nossa. Ele coloca em dúvida o trabalho de vários órgãos. Prejudica a imagem de todo mundo, da Zona Franca e dos gestores do modelo”, afirmou Périco.
Até maio de 2011, o Ministério da Agricultura contava com apenas três fiscais para atender os portos Chibatão, Superterminais, Porto de Manaus, Porto Seco, Itacoatiara e o aeroporto Eduardo Gomes. Na ocasião, o deputado estadual Arthur Bisneto (PSDB) declarou para A CRÌTICA que o ideal era contar com dez fiscais. O vice-governador José Melo afirmou que o Governo do Amazonas irá assinar a menção de repúdio contra Roberto Biasoli. Para Melo, é estranho criticar o PIM num momento em que todos no Estado se unem em luta da manutenção do modelo. Ele disse que os empresários do Polo, fonte de 100 mil empregos no Amazonas, devem ser respeitados. “Na reunião do Codam todos se manifestaram contra: empresários, trabalhadores, economistas. Vamos exigir que ele identifique as pessoas e não generalize”, disse.
Como político, José Melo também sentiu-se ofendido com as declarações de Biasoli. “Não sou político corrupto nem lavo dinheiro. Nosso Governo não concorda com atividade ilegal. Elas não geram receita e prejudicam o Estado”, disse Melo.
“Interpretação é ilógica”
O coordenador-geral de Articulação Institucional do Ministério da Justiça (MJ), Roberto Biasoli, declarou ontem que é ilógico interpretar as palavras dele como uma generalização em relação a políticos e empresários locais. Sobre a moção de repúdio, disse que não tinha conhecimento da mesma e não iria comentar.
“Exemplifiquei formas de lavagem de dinheiro e em nenhum momento disse que aqui só tinha bandido ou que o modelo Zona Franca não gerava emprego”, declarou.
Biasoli manteve a informação técnica sobre as formas de lavagem de dinheiro realizadas no Amazonas. Destacou que a prática ocorre em todos os Estados e, em cada um, conforme suas características. Afirmou, ainda, que o trabalho do órgão no qual atua no MJ é aprimorar o sistema de combate a lavagem de dinheiro e capacitar os profissionais.
Fonte: A CRITÍCA


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