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29 de setembro de 2011

ANALISTA-TRIBUTÁRIO, CHEFE DA RECEITA FEDERAL EM CODÓ, CONCEDE ENTREVISTA E IMPRESSIONA.

Arlndo Salazar, Analista-Tributário, no cidade da gente
Por Marco Alcantara

Caros,
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Fino trato da intelectualidade
Em primeiro plano o entrevistador e ao fundo o colega Analista-Tributário
 

Arlindo Salazar impressiona telespctadores e ouvintes nas duas entrevistas concedidas ao comunicador Jonas Filho

Jonas Filho - Arlindo Salazar para quem não conhece, é o chefe da Receita Federal de Codó, é analista tributário, professor, graduado em ciências contábeis e pós-graduando em gestão pública municipal. Boa tarde, Arlindo Salazar, você constantemente aparece nas greves, nas manifestações populares, nos movimentos de reivindicações ou de oposição a administração municipal. Seja bem vindo.

Arlindo Salazar – Bom tarde Jonas... é um prazer. Estar no seu programa e ter essa oportunidade.

Jonas Filho – Você é chefe da Receita Federal que surge de repente como pré candidato mais uma vez. Lembro-me que em 2008 você também se candidatou. Como surgiu a vontade de ser prefeito?

Arlindo Salazar – Na verdade é um sonho antigo. Desde a época de MDB e ARENA ainda, eu moleque sempre participei dos movimentos políticos. Passei 20 anos fora de Codó, estudando, depois trabalhando, primeiro no exército e depois na Receita. Eu sempre tive a vontade de, quando voltasse, pudesse concorrer ao cargo. Estava me preparando primeiro, para ser um candidato independente e não ficar a mercê dos meios políticos da cidade.

Quando voltei em 2005, deparei-me com uma cidade que não tinha mudado desde minha época de criança. Codó cresceu em número de habitantes, os bairros cresceram, houve um inchaço populacional, mas a cidade continua com aqueles mesmos problemas antigos de quando eu era criança. Observando essa necessidade, de apontar um novo caminho, eu lancei o meu nome. Alguns disseram que eu estava louco, mas é preciso um pouco de loucura para realizar as coisas. Além do mais, eu sabia que era necessária uma força diferente, com idéias diferentes para mudar a realidade de Codó. Está ai a razão da minha candidatura, ela não nasceu de uma hora para outra. Foi uma atitude muito pensada desde minha volta em 2005.

Jonas Filho – Você sabe que a política em Codó é cara. Extremamente cara. Talvez uma das mais caras do estado. Você acha que está preparado financeiramente para se tornar prefeito de Codó, ou pelo menos disputar?

Arlindo Salazar – Olha, se eu fosse olhar por esse prisma eu nem teria saído candidato. Política é muito caro de se fazer. Teve uma pesquisa recente para deputado federal que demonstrava que de 1994 até hoje, das 513 cadeiras na assembléia, 360 eram pertencentes às campanhas mais caras. É evidente que o dinheiro é fator mais que fundamental em campanha. Mas apesar disso, nós tivemos a coragem de sair candidato em 2008 e estamos nos preparando para o pleito de 2012, apesar de não termos essa condição de campanhas milionárias.

Ao, mesmo tempo que a política de Codó é cara, ela também é carente de projetos políticos para atender as demandas da população. Existe um projeto político financeiro grande, mas um projeto de governo voltado para a população não. Podemos observar que o candidato que está hoje no poder se preparou 12 anos para ser o prefeito. Mas ao assumir, na minha singela opinião, faltou um projeto para o município. Está ai a razão do alto índice de rejeição do atual prefeito, aparecendo em 8º, depois em 4º e depois em primeiro como o pior prefeito do estado, como constou na pesquisa do Décio Sá. Muito dinheiro, muito carro de som, mas falta projeto. E projetos graças a Deus nós temos, bons projetos que irão atender as necessidades do povo. Nós queremos plantar uma idéia, e uma boa idéia não morre. Queremos transmitir a idéia de que é possível fazer de Codó uma cidade muito diferente do que ela é. Uma cidade muito diferente para todos nós. O que nós precisamos é acreditar nisso. Essa nova geração que está surgindo, os políticos novos que também estão surgindo precisam acreditar na força dessa ideia. Até porque é possível, com os recursos que entram no município, fazer uma Codó muito diferente. Jonas Filho – Arlindo, como transformar Codó em uma cidade muito melhor? Qual seria a receita?

Arlindo Salazar – A receita é ter um governo focado no interesse da comunidade. O que ocorre é que nós temos dois tipos de administração, uma patrimonialista e outra gerencial. Infelizmente aqui em Codó ainda aplicamos uma administração da Velha República, muito patrimonialista. Há uma confusão muito grande entre aquilo que é do povo e aquilo que é do prefeito. Não entendemos mais o que é público e o que é privado. Tem que se implantar uma administração gerencial focada em resultados. Às vezes quando pensamos em uma grande administração, pensamos em grandes projetos. E não é só isso. Um projeto grande é um projeto que atende a sua necessidade. É atender o que eu, como cidadão, quero. É fazer o que tem que ser feito. É chagar em uma escola e ver banheiro funcionando, ver merenda sem faltar, as crianças fardadas, é chegar à rodoviária e se sentir bem acolhido. É ver as coisas funcionando. É lógico que com dificuldades. Codó tem problemas sociais gravíssimos. Temos mais de 12 mil crianças de 0 a 14 anos fora das escolas. Mas esses números não são divulgados. Basta pegar o censo escolar no IBGE e você verá. Nós temos uma carência violenta de creches. Pouco mais de três mil crianças estão em creches, e em Codó nascem em torno de 2 mil crianças por ano. Temos a questão do saneamento básico, a questão da reciclagem do lixo, que ninguém olha por isso. Administrar Codó é focar nas demandas, trabalhar com resultados, dentro de uma administração gerencial e pensando principalmente em atender a necessidade da população. Além disso, nós temos outros dois problemas graves em Codó e municípios vizinhos, que é a questão do desperdício de recursos públicos e a corrupção. Se conseguirmos frear a corrupção em Codó e evitar o desperdício dos recursos, nós teremos os meios para melhorarmos a vida das pessoas.

Jonas Filho – A corrupção é um problema quase que cultural do nosso país. Nosso país é extremamente corrupto. Como você faria para frear a corrupção em Codó?

Arlindo Salazar – A primeira receita para frear a corrupção no governo é fazer uma campanha com poucos recursos. Primeiro sinal da corrupção no poder é a existência de campanhas milionárias. Isso já está provado. Ninguém joga tanto dinheiro em uma campanha sem a intenção de recuperá-lo depois. A gente vê campanha de 3, 4, 5 milhões. Com certeza esse dinheiro vai sair da educação e da saúde, principalmente. Segundo, teríamos que criar mecanismos de controle interno, uma auditoria interna pára a fiscalização séria desses recursos. O terceiro ponto seria a transparência. Eu acho que a maior arma para se combater a corrupção é a transparência pública. Fica até mais fácil para uma administração explicar para o povo porque uma obra não pode ser feita naquele momento. Talvez esses mecanismos não erradique a corrupção, como você mesmo falou está impregnado na cultura, mas iria diminuir muito. Ser honesto não ficou para trás, não ficou cafona. Eu acredito que a pessoa tenha que trabalhar com honestidade, competência, com o apoio da população e envolvendo os movimentos sociais.

Jonas Filho – Mas Arlindo, você não está corroborando com a “célebre” frase do ex-senador, ex-governador, João Alberto, que dizia que o governo dele foi corrupto só 10%, os outros 90% ele manteve a transparência.

Arlindo Salazar – De maneira nenhuma. Pelo contrário, a pessoa tem que ser 100% honesta. E aliar a honestidade à competência. Mas é difícil combater toda a corrupção porque você não administra só. Então você tem que ter um controle de auditoria. Você delega poderes para um gestor, mas tem que ter mecanismos de fiscalização.

Jonas Filho – Você que passou cerca de 20 anos fora, e quando voltou encontrou uma Codó maior em tamanho e população, mas ao mesmo tempo uma cidade com muitos problemas e as mesmas práticas políticas. Se você estivesse aqui participando de algum governo desses que passaram, o que você teria feito?

Arlindo Salazar – há 20 anos eu não tinha a visão e o preparo que tenho hoje. De repente poderia também ter cometido alguns erros que eles cometeram. Mas não cometeria os erros de desviar recursos porque isso não se aprende na faculdade e nem no berço familiar. Meu pai, graças a Deus, me ensinou a ser uma pessoa decente e honesta. Mas eu acredito que muita coisa poderia ter sido feita ao longo desses anos. Na educação nos temos hoje 40% de analfabetos funcionais. Alunos que estão terminando o estudo fundamental e o ensino médio e não sabem interpretar um texto. Se houve um erro nas administrações passadas foi a falta de uma política educacional séria e comprometida. Outro erro foi a questão da produção, do abandono da zona rural. Até 1970 nós tínhamos 68% dos moradores vivendo na zona rural. Hoje o quadro é inverso. E a área rural está abandonada. Você não tem projetos para a produção, para a qualificação, para a introdução de tecnologias para aumentar a produção rural. Então o inchaço da cidade foi devido ao êxodo rural.

Jonas Filho (pergunta do telespectador) – Por que a lei de responsabilidade fiscal não funciona em Codó?

Arlindo Salazar – É estabelecido que todo o gestor público tem que justificar suas contas. Inclusive na internet. Dizendo quanto entrou, quanto que ele gastou e quais as empresas contratadas. Isso não funciona porque infelizmente a gente percebe uma certa morosidade no Ministério Público em relação a essa cobrança. A população também não está habituada a fazer a cobrança. Além disso, o gestor público confunde o que é público e o que é privado. A câmara de vereadores por sua vez também não tem exercido o seu papel de fiscalização. Eis algumas das razões do porquê a lei de responsabilidade fiscal, que é de 2000, não vem sendo cumprida no município.

Jonas Filho – Em relação a pesquisa do blog do jornalista Décio Sá, que vem apontando o governo Zito Rolin como um dos piores do estado. Qual a sua opinião?

Arlindo Salazar – Olha, andando pelas ruas de Codó, conversando com as pessoas nas feiras, nos quatro cantos da cidade e na zona rural, eu acredito que esse índice de reprovação seja possível. Existe uma coisa chamada triangulo da governabilidade. Ele é composto pelo projeto, pelo apoio político e pela governança. O governo chegou com o apoio da população, pois teve a maioria dos votos, faltou um projeto e competência administrativa. Não gerenciando corretamente o governo perdeu o apoio popular, e perdendo o apoio do povo, o projeto que o gestor tinha foi seriamente comprometido. Então eu acredito que a pesquisa relate a realidade, pelo menos para aqueles que acessaram o blog do respeitado jornalista.

Jonas Filho – Você é tributarista. Sobre o desvio de recursos públicos. Os recursos desviados e flagrados pela Polícia Militar no caminhão do ex-prefeito e empresário Biné Figueiredo que ia para Peritoró. O caminhão foi apreendido e devolvido ao município. Nada aconteceu com o ex-prefeito. Se esses recursos fossem federais ou uma sonegação de IPI, ou INSS. O empresário iria preso. E o político? Não acontece nada com ele? E os prefeitos que tiveram suas contas reprovadas não podem se candidatar, mas colocam filho, ou netos... Você acha que deveria haver uma punição maior?

Arlindo Salazar – Existe um projeto de lei tramitando na câmara federal que irá considerar crime o desvio de recursos da saúde. E Será considerado crime hediondo, sem direito a fiança, redução de pena. O processo de crime hediondo é mais célere, é mais rápido. Esse projeto é muito importante. Por que na hora que um político está desviando recursos da saúde, ele está provocando a morte de alguém. É como pegar uma arma e atirar na pessoa.

Jonas Filho (pergunta do telespectador) – Se o senhor for prefeito, combaterá o trabalho escravo dentro da prefeitura?

Arlindo Salazar – Sou servidor público desde 1985, são 25 anos de serviço público através de concurso. Participei do SIND Receita, que é o sindicato dos Analistas tributários, durante muito tempo e ainda sou filiado. Sou um defensor do trabalhador público. Se há um candidato que entende essa situação e pode combate-lá, chama-se Arlindo Salazar, pré-candidato e candidato em 2012. A administração pública não é só o prefeito. É um grande engodo o prefeito achar que só ele vai fazer as coisas. Ele precisa de um corpo administrativo. Ele precisa de um servidor público capacitado, bem remunerado, tendo a sua hora de trabalho sendo respeitada. Eu ajudei na composição do projeto dos professores para cargos e salários. Temos outro projeto no sindicato que vai abranger mais servidores, como vigias, faxineiros... Então será um compromisso meu não só como candidato, mas como servidor público que sou, desenvolvendo um trabalho que já faço hoje em dia.

Jonas Filho – Gostaríamos de saber das suas considerações finais?

Arlindo Salazar – Gostaria de agradecer a Deus, sou evangélico, quero agradecer a oportunidade da entrevista, agradecer as pessoas que estão nos assistindo e nos ouviram no rádio também e que participaram. Queria deixar o meu agradecimento ao meu pai, que apesar de falecido, me deu a oportunidade de estudar e estar em um dos bons empregos deste país. Continuo buscando mais conhecimento com em essa pós-graduação em gestão pública municipal, pois acredito que temos que estar tecnicamente preparados para administrar um município. E quero dizer para população de Codó para manter a fé, a esperança e acreditar que é possível construir uma cidade muito melhor, tratar Codó com mais amor. Essa é a frase que nós vamos adotar: tratar Codó com mais amor. Está faltando competência, responsabilidade, mas está faltando, sobretudo, tratar a cidade com mais amor.

Depende só da população, que o maior fiscal de todos os gestores. Ela tem o poder de botar e tem o poder de tirar. Digo aos jovens que foquem na educação. Só a educação poderá libertar a população de Codó para contestar o modelo de gestão pública que vigora até hoje.

Destaque:

O servidor público federal, Arlindo Salazar foi o entrevistado de hoje pelo radialista Jonas Filho, em seu programa de TV.

(...)

Arlndo Salazar é Analista-Tributário, professor, graduado em ciências contábeis e pós-graduando em gestão pública municipal. Em 03/06/11 foi entrevistado pelo Folha Popular:



O colega tem um Blog chamado "Codó e Cidadania":


Postado por Marco Alcantara, Analista-Tributário da RFB.


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