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8 de abril de 2012

ANALISTA-TRIBUTÁRIO: Rocinha é a favela da moda


Por Walber Ferreira dos Santos
O caso da Rocinha é emblemático. A Rocinha é a favela da moda. Todo mundo quer morar na Rocinha. Os gringos procuram imoveis na Rocinha,principalmente, os holandeses. Pagam caro. Com isso os imoveis da Rocinha subiram de preço, ficando fora do padrão dos pobres. Há um plano do Tráfico de se manter em todos comunidades ocupadas, que foi denunciado pelas últimas manobras do crime organizado dentro da Rocinha. Os olheiros contratados estão trabalhando em todas favelas ocupadas pelas UPP. O plano de ocupação tem que ter um trabalho de inteligencia permanente dentro das favela ocupadas pelas UPP, sob pena do tráfico criar um metodo novo para vender drogas. O problema é que a cultura da cocaína foi disseminada por quarenta anos dentro das favelas do Rio. A favela foi drogada por muitos e muitos anos. Velhos adultos adolescentes aprenderam a dar um teco, outros aprenderam a dar dois todo dia. Filhos conviviam com seus pais drogados à luz do dia por muitos e muitos anos. Gerações foram criadas sob o signo da cultura e da política da cocaina.
A maioria destes usuários de cocaina são trabalhadores e pessoas honestas. De sobressalto, veio as UPP's e paralizam o abastecimento de cocaina in loco na comunidade. Fica a pergunta: como vai ficar a parcela desta comunidade adoecida, que vinha consumindo cocaina há decadas? Parece que não, mas podemos dizer que a invasão das UPP's é como invadir um pais e querer que ele fale a linguagem e dialeto dos invasores. Com efeito, a ocupação fisica não muda a cultura local impregnada durante decadas. O povo da Rocinha tem pecualiaridades, que o diferenciam da classe média do asfalto. O ambiemte de guerra aparente,onde ocorriam assassinatos à luz do dia e na frente de crianças não existe temporariamente com a ocupação. Porem, haverá uma reação ao dominio do Estado e ao retorno da cidadania de cara limpa.
Neste cenário, teremos presentes nas favelas ocupadas, em primeiro plano, a reação dos viciados moradores no local , que ainda não se divorciaram da cocaina. Silenciosamente, os usuários remanescentes vão demonstrar seu desinteresse pela ocupação.Uma parcela da comunidade vai lamentar a comodidade que era comprar na porta de casa aquilo que ficou proibido e virou até conversa de subversivo no local. Estes moradoores terão que alimentar seu vicio em outro lugar. Não são poucos moradores, ainda que este contingente esteja limitado de tres a cinco por cento do universo da população da comunidade.
O que ocorre é que estes remanescentes, que são minoria, sempre sentirão saudade do tempo de oferta livre da droga na comunidade. Por outro lado, os vendedores sempre sabem que existem os dependentes da localiddade pronto para comprar, pois eles sabem o tamanho do mercado interno que consome dentro da comunidade. Vale dizer que a quadrilha do chefão local foi dispersada, mas não desarticulada. Policiais e profissionais da segurança pública,aprendam uma coisa - o tráfico, uma vez organizado e construído seu exercito de consumidores compulsivos, nunca acaba. O que ocorre é que ele se adapta ao meio. O tráfico é igual aquele filme intitulado " A COISA". O que vimos recentemente na Rocinha foi uma operação de adaptação. Vai existir uma guerra fria entre quadrilhas dentro de todas comunidades ocupadas pelas UPP's. Esta guerra vai se dá com assassinatos de moradores isolados. Não vamos parar de ouvir noticias de mortes dentro das comunidades ocupadas, provocadas pela luta silenciosa de território. Agora ficou até facil entrar nas favelas, pois não há como distinguir quem é quem. Quer queiram quer não, o tráfico vai firmar uma liderança silenciosa dentro de todas comunidades, porque o tráfico sabe fomentar o medo. Não há como o Estado cassar as liberdades basicas dos moradores da favela, porque a Mídia vem em cima. Extraordinariamente, o tráfico já está dando toque de recolher em favelas que tem UPP. Agora, quando o TRÁFICO MANDA ATÉ A MÍDIA OBEDECE. Este é o maior problema fazer a democracia aflorar na comunidade, quando SABEMOS que o tráfico se locupleta da própria democracia para colocar seus tentáculos de domínio dentro da comunidade.
Em segundo plano, a ocupação da Rocinha será sempre um plano paliativo de combate ao crime organizado enquanto nossas fronteiras estiverem escancaradas para o contrabando de armas e para o tráfico de drogas no atacado. Neste contexto, o Sindicato dos Analistas Tributários da Receita Federal denunciaram a questão do abandono das fronteiras brasileiras, cujo trabalho deu origem a um livro e DVD intitulado “Fronteiras Abertas – Um retrato do abandono da Aduana Brasileira”. Tem sido fomentado o movimento contra o abandono de nossas fronteiras em todos os foruns políticos do país. Recentemente, Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil, Agentes da Polícia Federal e Policiais Rodoviários Federais que atuam na região de fronteira promoveram, no dia 29 de março, “O Dia Nacional de Mobilização em Defesa das Fronteiras do Brasil!”
Em terceiro plano, toda população tem que apoiar as UPP's, que chegou tarde nas comunidades. Porque segurança pública é direitos de todos cidadãos. O Estado do Rio de Janeiro com a política de ocupação de comunidades dominadas pelo TRÁFICO criaram nas crianças e jovens destas comunidades ocupadas pelo Estado um novo relacionamento, que tem a cultura da fidelização e confiança na Policia como seus fundamentos. Pelo menos, esta é a filosofia do trabalho social desenvolvido dentro das comunidades ocupadas, dando ao morador o sentido exato do que é, na prática, a inserção do cidadão de periferia dentro do Estado Democrático de Direito, pós constituição de 1988.
Em quarto lugar, o tráfico da Rocinha é a pior herança do regime militar. O tráfico da Rocinha sempre foi alimentado pelo consumo dos playboys da zona do sul do Rio de Janeiro, desde a decada de setenta.Ideologicamente, Golbery do Couto e Silva preferia o jovem fumando maconha e cheirando cocaína a vê-lo participando de passeatas. Por conta do estado de indolencia e alienação provocado pelo uso da droga, o Chefe da Casa Civil do Regime da linha dura e da Tortura recomendou que o tráfico fosse tolerado na zona sul do Rio. In contrário senso, não fosse esta tolerancia não teriamos o Toinho Turco,torturador ex-agente do DOPS, premiado pelo seu trabalho de torturador com o cargo de fiscal de ICMS do Estado do Rio de Janeiro, atuando como um dos barões do trafico do Rio, sediado em sua fortaleza, no bairro de Marechal Hermes, onde por questões de disputa de território político acabou sendo morto pela PF.
Em quinto lugar, o consumo de droga e o tráfico são questões de ordem espiritual, que sinalizam sintomas de que a sociedade vai mal, a familia vai mal e a educação falhou dentro da estrutura de poder dominante. Em oportuno cabe perguntar: Qual é a proposta curricular de nossas escolas de primeiro grau e segundo grau diante da EPIDEMIA de uso de drogas no Rio e no Brasil?
Em sexto lugar , a droga dominou de tal modo a sociedade brasileira que as UPP's estão quebrando o sistema de economia e emprego das comunidades ocupadas, gerando um outro relatório de estatistica de crimes urbanos. Porque, quando se mexe com o mercado milionário de cocaina local, por força da seca e da falta da fonte de renda deste mercado ilegal há uma migração de crimes e de criminosos.
Em sétimo lugar , diante dessa mudança geografica do tráfico, em rota de fuga temporária,quando mudarem os governos, como ficarão estas comunidades sem uma definição de permanência das UPP's? Estes projetos não colocarão as comunidades refens de políticos que a construíram, sob a ameaça de que se o governo, autor do projeto, não se reeleger o projeto sofrerá solução de continuidade? Pois, diante deste cenário de alternância de poder político do Estado, os moradores que se expuseram perante a Mídia, dando apoio a ocupação, a qualquer momento, saindo as UPP's poderão sofrer retaliações com a falta de policiamento e volta do tráfico.
Em oitavo lugar, o fato de ocorrer a ocupação, o tráfico não está desarmado. O tráfico nunca ficará desarmado. E diga-se de passagrm, sem armamentos não há tráfico. Debaixo do axioma que diz " qualquer cidadão ama sua vida ", que gera o corolário de sobrevivencia contido na frase " sob ameaça de armas qualquer comunidade se rende às ameaças" como uma população pacifica e desarmada vai combater o tráfico armado com armas de última geração e equipamentos de espionagem usados pelas policias do primeiro mundo? Por isso, que sempre vamos conviver com homicidios e vinganças provenientes da tentativa de grupos de intereses desejarem a volta do tráfico local ,ainda que seja o tráfico formiga e isolado, mas manipulado por celulares e pesoas colocadas em locais estratégicos. Some-se a isto o poder de capilaridade da corrupção que compra o silencio e cria o fator do tipo "fazer vista grossa para o mal que não está me incomodando".
Em nono lugar, concluo que o tráfico já se estabeleceu como sistema economico local,muncipal e estadual, tendo suas raizes politicas formais veladas sob sete chaves. A corrupção do Estado, ente público, e o crime organizado,ente privado, já fizeram seu casamento. A proliferação do uso cocaina já contaminou todas as comunidades com sua cultura e costumes. Este mal só se combate espiritualmente,sem o uso da força.Não estamos numa ditadura, contudo temos que conviver com o toque de recolher e a lei do silêncio. Estes costumes, típicos de comunidades dominadas pelo tráfico, deixam as autoridades de Estado perplexas diante do poder informal do tráfico. Com ou sem ocupação das UPP's, as comunidades ainda respeitam, pelo viés do medo, os costumes do tráfico . Cientificamente, considerando a analise em tela, afirmo que as UPPS só permanecem nas favelas por milagre e pela ação sobrenatural da mão de Deus.
Walber Ferreira dos Santos é Analista Tributário da Receita Federal.
Fonte: VIVA FAVELA


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