como criar um site

.

24 de setembro de 2012

Thales Freitas responde a Eduardo Schettino, de MG.


FALTA COERÊNCIA!

Já fui defenestrado de um grupo de discussão por, depois de ver tanta baboseira, depois de ver que de nada adiantava perder tempo com discussões inócuas, ter dito que aquilo se tratava de coisa de desocupado.
De lá pra cá nunca mais me dei ao trabalho de contrapor comentários nefastos que em nada constroem, que não acrescentam nada além de coisas negativas.
Mas, depois de muito tempo (aproximadamente 5 anos) resolvi ponderar o texto produzido pelo Analista-Tributário Schettino, por entender que tudo tem limite. Cansei de ver discursos retóricos, sem qualquer consistência, se prosperarem pelas redes sociais sem qualquer contraponto.
Imagino que a ausência de contraponto se deva ao fato de que as únicas pessoas (salvo raras exceções) que se dão o trabalho de produzir textos como este que acabo de ler, são pessoas que têm a exclusiva intenção de tumultuar, de desarmonizar, de desestabilizar um grupo de pessoas que efetivamente estão se esforçando para construir algo de bom, algo verdadeiramente produtivo. Até porque, se as pessoas que produzem esses “maravilhosos” textos tivessem bem intencionadas, procurariam somar forças, não subtraí-las.
Feito o presente introito, vamos aos contrapontos do texto em si.
O eminente autor inicia seu retórico texto afirmando que
“Infelizmente, em muitas oportunidades não há espaço para uma discussão mais aprofundada e profícua sobre nossos temas de interesse. As limitações de uns e as motivações de alguns outros nos conduzem invariavelmente ao embate mais rasteiro, à visão pontual dos fatos, e nesse cenário de terra quase arrasada há que se lutar com os tacapes e pedras à mão.” (sic)
Diante de tal afirmação pergunta-se: qual espaço oficial de discussão que o autor do texto procurou? Blogs e grupos de discussão virtual? Não me lembro de tê-lo visto se quer na última AGN, onde foi concedida toda a oportunidade para quem quis construir uma discussão profunda e profícua dos temas de interesse da categoria.
Aliás, nesse ponto peço licença para abrir um parêntese.
Durante a AGN houve uma declaração de voto em nome dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e do Distrito Federal, onde se tentou justificar as abstenções dos delegados que representavam estes estados, em mais da metade das deliberações (inclusive em deliberação para reratificação do Estatuto da entidade, que sofrera alterações por determinação judicial), alegando QUE suas respectivas bases haviam priorizado as discussões em torno da campanha salarial e da mobilização pela conquista da reestruturação salarial; QUE estes temas ocuparam pequena parte dos debates da AGN; QUE temas como reforma estatutária absorveram precioso tempo dos participantes. Pura FALÁCIA! Em verdade, o tema reforma estatutária iniciou suas discussões apenas às 18:30 horas do quarto dia de trabalho (04/09/2012), tendo sido concluído às 17:25 horas do dia seguinte (05/09/2012). Ou seja, dos cinco dias de AGN, apenas um foi reservado para o tema reforma estatutária. Nos demais dias foram debatidos temas como: Reajuste Salarial; Atribuições; LOF; Aduana; Promoção; Eleição dos Conselhos Fiscal e de Ética, entre outros. Ressalte-se que nas deliberações acerca do tema Reforma Estatutária foi quando estas delegações mais se manifestaram, pasmem! Quem duvidar, basta conferir a Ata da AGN. Isso implica que, durante 80% da AGN, quando foram discutidos os temas acima citados, os representantes daqueles estados resolveram simplesmente se abster, contrariando as prioridades de suas bases, como eles próprios sustentam.
Fechando o parêntese, percebemos que o autor do texto ora contraposto perdeu, então, a oportunidade de utilizar o espaço apropriado e oficial da entidade sindical (AGN) para o aprofundamento das discussões que tanto reclama. Talvez porque prefira apenas criticar, ao invés de construir.
No tocante à campanha salarial o autor do texto informa que, na sua compreensão pessoal, “o pior que poderia acontecer à categoria seria aceitar aquela proposta” (sic), fundamentando sua compreensão em três razões básicas, senão vejamos.
primeira razão sustenta que “o que estava em jogo era pequeno demais para que não corrêssemos o risco - trezentos reais ao mês, por um ano, se muito...” (sic). Acrescenta ainda algumas supostas alegações de autoria da Ministra Miriam Belchior, sem informar de que fonte retirou tais alegações ministeriais.
Vou pedir novamente licença para abrir outro parêntese. Durante a avaliação de conjuntura que os representantes das bases fizeram durante a AGN ouvi argumentos, no mínimo, estranhos, tentando justificar a rejeição da proposta, tais como:
“ao rejeitarmos a proposta do governo, não perdemos o reajuste de 15,8%, perdemos apenas os 5% referente a 2013, pois o próprio governo afirmou que no próximo ano oferecerá, aos não signatários da proposta, 10% parcelados em dois anos (2014 e 2015). Perdemos os 5% de cabeça erguida. Não ficamos de quatro para a primeira proposta do governo”.
Vejam que absurdo! A pessoa se orgulha de ter perdido apenas 5% “de cabeça erguida”, já afirmando estar de“quatro”para os 10% que serão oferecidos no próximo ano. Falta coerência!
Engraçado é que as mesmas pessoas que defendem a ideia de que a proposta do governo foi tão pífia que não havia como aceita-la; não raras vezes, no afã de defender que a greve ainda se constitui em mecanismo eficiente, se contradizem ao afirmar que
“a eficiência da greve é tão latente que o governo saiu de 0% para 15,8%. E olhem que 15,8%, diante do cenário de crise internacional, não é pouca coisa não!”
Falta coerência! Fecha parêntese.
Voltando ao que sustenta o autor do texto; não sei se para ele esses R$ 3.600,00 por ano seriam insignificantes. Para mim não são! Acho que para a maioria dos servidores públicos federais também não são, posto que aceitaram a proposta oferecida.
segunda razão sustentada pelo autor do texto, diz que a não assinatura do acordo pelos Auditores da RFB nos garantiu a permanência na Carreira de Auditoria (?!). Salvo engano, na Carreira da Polícia Federal apenas os Delegados e Peritos firmaram acordo, e não ouvimos, por lá, se falar em separação da Carreira.
Alega ainda que nossa única oportunidade de aumento salarial seria ir à reboque da PF(?!). Não vimos os auditores da RFB irem à reboque dos delegados da PF. Estranho(?!).
Alega, ainda, que não temos diálogo com a RFB. O que ele imagina que a RFB vai fazer para resolver nossa bandeira de reestruturação salarial?
Acrescenta, por fim, que não temos “lastro político”. Ocorre que, o “lastro político” de hoje é o mesmo de outrora, com algumas novas aquisições (que não convém citá-las aqui). Outrossim, natural seria que, ao fazer este tipo de crítica, o autor fosse possuidor de outros “lastros políticos” de maior relevância. Se os tem, ao invés de apenas reclamar, deveria reforçar os já existentes. Se não os tem, melhor seria se calar. Parafraseando o rei Juan Carlos de Espanha em frase dita ao presidente venezuelano Hugo Chávez: “Por qué no te callas?”.
No tocante à terceira razão sustentada pelo autor do texto, não tenho o que contrapor. Realmente a forma como foi estabelecida a negociação “representa mais um ponto na costura do saco preto onde o grande interesse econômico pretende enfiar os servidores” (sic). E é exatamente nesse ponto que sustento que a atual forma de fazer sindicalismo no serviço público brasileiro está obsoleta! Nosso patrão tem demonstrado que suas armas são infinitamente mais potentes do que os tacapes e pedras atualmente utilizados pelos servidores. Entendo, neste ínterim, que a única alternativa de buscar o equilíbrio de forças seja por meio da regulamentação da convenção internacional 151 OIT, onde se garanta o efetivo exercício do direito de greve no serviço público, onde se regulamente a atividade sindical no serviço público, onde se estabeleça o efetivo direito de negociação no serviço público.
Contudo, discordo veementemente no ponto em que o autor do texto diz que “recusar a proposta era recusar o tratamento, o vício, a falência moral, era dar um basta nisso tudo para começar de novo, de um modo mais digno, mais justo.” (sic). Fazer política é a arte de fazer o possível, e naquele momento o possível, s.m.j., era aceitar o ofertado. Aceitar o então ofertado não significaria aceitar o jogo do governo, de modo algum! Como numa partida de xadrez, as vezes temos que recuar para mudarmos a estratégia de ataque. Entretanto, mesmo diante de sua autonomia, esta diretoria do Sindireceita, eleita de forma estatutária, afirmou as decisões de suas instâncias institucionais, cumprido o que a maioria de seus filiados deliberou, isso é fato!
Dizer que nossa pauta reivindicatória não mereceu atenção da DEN; que houve boicote à autonomia do CMN; que houve esvaziamento do CNRE; tudo FALÁCIA! Em todas as oportunidades que esta DEN se sentou com o governo, a pauta reivindicatória constante na cartilha foi apresentada. Na biografia do Sindireceita, a única diretoria que permitiu a criação do CMN foi a atual. Além disso, colocou toda a estrutura do departamento de comunicação do sindicato à disposição do CMN. Esvaziamento do CNRE(?!). Como assim? A mencionada pauta reivindicatória foi formulada pelo CNRE! Grupo despreparado se sentar à mesa(?!). Qual grupo preparado, de qual categoria, conseguiu algo a mais do que estava sendo ofertado pelo governo? Dentre as mais de 30 categorias que sentaram com o governo, apenas os professores federais e os militares tiveram aumento diferenciado. E, diga-se de passagem, mesmo com todo o enfrentamento dos professores, mesmo com todo suposto preparo do grupo de professores que sentou à mesa, suas conquistas não foram integralmente contempladas, tanto que há poucos dias atrás ainda permaneciam em greve. Por falar em greve, eles saíram do movimento paredista sumariamente, sem a ocorrência de nenhum fato novo. Estranho(?!).
Dizer que os Analistas-Tributários não representam ameaça, é outra falácia! Afinal de contas, quem, diante do atual cenário, apresenta ameaça ao governo?
Diálogo com a administração da RFB. Alguém acredita que a atual administração da RFB está interessada em resolver nossas demandas? Sempre tentamos dialogar com a RFB, e a mesma sempre disfarçou que nos escutava. Exemplo: Pro-Pessoas. No que resultou o “democrático e participativo” diálogo efetivado pelo Pró-Pessoas? Resposta: uma minuta de LOFF que em nada atende os interesses dos Analistas, ponto!
Dizer que o “Fronteiras Abertas” está anacrônico(?!). Ora, quem começou a discussão acerca do plano de fronteiras? Quem denunciou como aquela enorme quantidade de armas e drogas cruzava as fronteiras brasileiras até os morros ocupados no Rio de Janeiro? Quem iniciou o debate de fronteiras no Congresso Nacional e entre alguns ministérios do Poder Executivo? Aliás, o Sindireceita foi convidado pela TV Câmara para debater sobre o tema “Fronteiras” na última terça-feira (18/09). O tema está anacrônico? FALÁCIA!
No tocante às imperfeições do livro “Fronteiras Abertas”, por que o colega ao invés de se limitar em realizar críticas, não se dispõe a melhorar o documento? Já sei, é que o colega não está interessado em construir, o escopo é apenas criticar, desconstruir, nada mais.
Acerca da campanha “Pirata Tô Fora”, temos que, nos últimos dois anos, chamou a atenção de vários outros órgãos, tais como: o Ministério Público Estadual de Pernambuco, a CGU, o Ministério da Justiça, dentre outros. Se falta senso crítico ao Sindireceita, todos esses órgãos também devem estar com escassez de senso crítico!
Chamar os colegas que prestigiaram o “Bloco Pirata tô Fora”, no carnaval de Recife, de um “bando de papagaios e oportunistas trepados num trio elétrico” é, no mínimo, uma extrema falta de respeito aos seus pares. Dentre os objetivos implícitos do sindicalismo como um todo, destaca-se a realização de atividades sociais que contribuam com a socialização de seus filiados e familiares. O estado de Pernambuco tem o carnaval como uma de suas principais manifestações culturais. Várias entidades sindicais, órgãos públicos, empresas, etc., colocam, literalmente, seus blocos na rua. A própria Receita Federal teve o bloco “Malha Fina”. O Sindicato dos Policiais Federais saiu com o bloco “Passaporte da Folia”. A Assefaz todo ano sai com bloco. Enfim, a ideia do bloco “Pirata Tô Fora” foi conciliar, num só ato, a realização de uma atividade sociocultural, com a divulgação da campanha do Sindirecita “Pirata Tô Fora”. O trabalho rendeu entrevistas concedidas a diversas emissoras de rádio e TV; a divulgação (sem ônus algum para o sindicato) do vídeo “Fronteiras Abertas” e a realização de dois debates na emissora Rede Brasil de Comunicação; dentre outros. Nesse diapasão, a única falta de senso que percebo colega, com todo respeito, é a sua.
Mas sua falta de bom senso não para por aí. Critica a soberana decisão de 2/3 da AGN em alterar o Estatuto da Entidade na tentativa de obstruir a atitude de oportunistas, de pessoas que vivem por se locupletar às custas do esforço alheio. Certamente tais oportunismos lhe sirvam de caracuça!
Alegar que foram eleitos conselhos Fiscal e de Ética alinhados com a DEN, chega a ser injurioso (ou mesmo calunioso) com os membros eleitos. Será que o colega se deu o trabalho de analisar os currículos dos eleitos? Claro que não! Afinal, seu escopo é apenas fazer críticas e ofensas infundadas, nada mais.
Por fim, como se não bastasse a falta de bom senso, a falta de respeito com os colegas que promovem as campanhas do sindicato, a falta de respeito com os colegas do estado do Paraná que expressaram a vontade da união, a falta de respeito com os eleitos aos conselhos de Ética e Fiscal; o autor do texto ainda demonstra outro atributo: a presunção.
Sustenta em claro e bom tom que só aceita construir uma oposição se todo o estado de Minas Gerais for unânime com suas convicções pessoais. Chega a externar um certo bairrismo ao dizer que os mineiros João Jacques e Péricles nem deveriam fazer parte da DEN, sugerindo suas renúncias. É com essa postura que pretende defender as “garantias democráticas das minorias”(sic)?
FALTA COERÊNCIA!
Thales Freitas.
Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil


Artikel Terkait: