
Foram contemplados, nos decretos publicados ontem, os municípios de Boa Vista (RR) e Senador Guimard (AC), na Região Norte, Parnaíba (PI), no Nordeste, Bataguassu (MS), no Centro-Oeste, e Fernandópolis (SP) e Aracruz (ES), no Sudeste. Os projetos do Amazonas são de Itacoatiara e Tabatinga.
De acordo com o economista José Alberto, ex-coordenador geral de Estudos Econômicos e Empresariais da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), as ZPEs da Região Norte não devem impactar negativamente a produção do PIM, devido às dificuldades de logística e infraestruturais, mas é preciso atentar para as zonas do Nordeste e Sudeste.
“Ainda não é possível avaliar os impactos por segmentos, mas a partir do momento em que empresas multinacionais, capazes de produzir em larga escala, se instalem nessas localidades, a produção do PIM poderá ser impactada”, opinou.
Para o economista, a criação das ZPEs no Amazonas poderá ser positiva para os municípios, que poderão vender para o PIM como um regime de exportação, devido às características jurídicas da Zona Franca de Manaus (ZFM), reconhecida pelos economistas como um País dentro do Brasil.
O economista Francisco de Assis Mourão, por outro lado, defende a tese de que as ZPEs não concorrerão com o PIM, devido às dificuldades de concorrer em pequena escala no competitivo mercado nacional. “As ZPEs são obrigadas a exportar 80% de sua produção. A única vantagem que poderão ter é de logística, mas a operação de vender os 20% no mercado nacional, mesmo para quem produzir em larga escala, não é simples”, disse.
Na avaliação do economista Rodemarck Castelo Branco, os projetos das ZPEs não são o ideal para competir no cenário globalizado, que demanda a produção dos bens próximos aos centros consumidores. “Quem estiver interessado em produzir para o mercado nacional, não vai se instalar em uma ZPE, mas no PIM, que possui incentivos fiscais e permissão para vender dentro do País”, afirmou. “As ZPEs deverão se desenvolver muito pouco, com maior opção para os produtos agroindustriais”, completou o economista e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Celeridade
Ontem, o senador Arthur Neto defendeu a celeridade na aprovação das ZPEs de Itacoatiara e Tabatinga pela Câmara dos Deputados. “Faço até um apelo aos colegas que aprovem o projeto”, comentou. As ZPEs nas duas cidade foram aprovadas no Conselho de Assuntos Econômicos do Senado Federal em outubro de 2008, defendidas como um instrumento para fomentar o desenvolvimento de 16 municípios próximos.
Fonte:http://www.d24am.com/noticias/economia/impactos-de-zpes-dividem-opinies/2243
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