A analista tributária Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva está, neste momento, no centro das investigações da Receita Federal sobre o vazamento dos dados fiscais do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge. Ela foi exonerada do cargo de confiança que ocupava no quadro da Receita no ABC paulista em 8 de julho, seis dias depois de o órgão abrir uma sindicância para apurar o caso. No dia 12 de junho, o jornal Folha de S.Paulo mostrou que um grupo de “inteligência” da campanha de Dilma Rousseff (PT) tinha cópia das declarações de Imposto de Renda de 2005 a 2009 de EJ, como é conhecido o político. Duas semanas antes, VEJA revelara a existência desse grupo, comandado pelo jornalista Luiz Lanzetta.
Procurada por VEJA.com, a assessoria da Receita não confirma o nome da analista tributária como suspeita, sob a alegação de que a investigação é protegida por sigilo legal. Segundo a corregedoria do órgão, contudo, uma única pessoa está sendo investigada por suspeita de acesso “imotivado” aos dados. Servidores do quadro da Receita têm senhas de acesso para pesquisar dados de qualquer contribuinte – mas para que o façam, é preciso haver motivação legal e objetiva.
A sindicância tem prazo de 60 dias para ser concluída, prorrogável por mais 60. Caso seja comprovado o envolvimento dos investigados, além da punição interna, o processo administrativo será encaminhado ao Ministério Público para abertura de processo criminal.
Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva é funcionária de carreira da Receita Federal e ingressou no órgão em 1995. Ela ganhou um cargo de confiança em maio de 2007 e é filiada ao Sindicato dos Servidores da Receita (Sindireceita). Segundo a assessoria de imprensa do sindicato, Antonia Aparecida não ocupa nem ocupou cargos de direção.
(Fernando Mello)
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