O problema maior de Fernando Saraiva nem é a suspeita de fraude no concurso de 1994, mas o seu comportamento como delegado. A atual estrutura da RFB, que concede excesso de poder a um delegado e o deixa por vários anos neste cargo, somados a uma personalidade narcisista e egocêntrica resultaram em um delegado com “complexo de Deus”, muito mais preocupado em sua promoção pessoal, seja perante à RFB, seja perante à comunidade em que atua. Acabou se esquecendo que também é um servidor público subordinado e começou a se confundir com a própria instituição, pensando ter poderes absolutos. Somente isso pode explicar certas atitudes inconseqüentes. Como alguém que, sendo bacharel em direito e um respeitado professor de direito constitucional pode se esquecer de princípios constitucionais mais comezinhos, como os da presunção de inocência e dignidade da pessoa humana ? Refiro-me a episódio lamentável ocorrido na delegacia da Receita Federal do Brasil em Ponta Grossa. Em abril deste ano, devido ao desaparecimento de um celular, servidores públicos honestos desta unidade foram submetidos a uma situação vexatória. Por ordem de Saraiva, foram revistados na saída da delegacia, com o objetivo de verificar se não teriam furtado o tal celular. É necessário que a RFB repense seus conceitos na hora de selecionar um delegado ou qualquer outro cargo administrativo. Além disso, também deveria desenvolver uma forma de administração mais moderna, que seja participativa e descentralizada, onde todos os servidores, de todas as carreiras, possam contribuir para o engrandecimento desta instituição.
Obrigado
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