DE BRASÍLIA
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
Suspeita de violar os dados do Imposto de Renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, a analista tributária Antonia Aparecida Rodrigues Santos Neves Silva negou convite da oposição para prestar depoimento à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado.
Em ofício encaminhado nesta terça-feira à comissão, Aparecida apresentou motivos de "ordem pessoal" para não comparecer à Casa com o objetivo de esclarecer o episódio. Ela afirma que está "muito fragilizada emocionalmente" com a exposição de seu nome publicamente, especialmente com a divulgação dos nomes de seus filhos, seu marido e informações de sua renda familiar.
Aparecida prometeu comparecer à CCJ no final das investigações realizadas pela Corregedoria da Receita para apurar o caso. A servidora afirma que não é responsável pelo vazamento das informações sobre EJ. "Minha senha foi utilizada indevidamente, razão pela qual tenho total interesse no deslinde do fato."
Como Aparecida foi apenas convidada a depor, a servidora da Receita Federal tem a prerrogativa de não comparecer ao Senado. Autor do requerimento, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) tentava convencer os colegas a ouvir Aparecida nesta quarta-feira.
Na opinião do tucano, a servidora foi "usada" como "bode expiatório" para encobrir membros do PT responsáveis pela quebra do sigilo.
Os dados do Imposto de Renda de Eduardo Jorge foram incluídos em um dossiê montado pelo chamado "grupo de inteligência" que atuou na pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência, como revelou a Folha.
Antonia Aparecida foi afastada do cargo depois da abertura de um processo administrativo pela Corregedoria da Receita para investigar a quebra do sigilo de EJ.
A investigação da Receita descobriu que foram feitos ao menos cinco acessos ao Imposto de Renda de Eduardo Jorge, mas apenas a consulta atribuída a Antonia Aparecida ocorreu sem "motivação", ou seja, fora de procedimentos de rotina do Fisco e sem autorização judicial.
CASO LINA
A CCJ também aprovou requerimento, na semana passada, com o convite para o ex-funcionário do Palácio do Planalto Demetrius Felinto prestar depoimento à comissão. Segundo a revista "Veja", Felinto teria provas de que o governo federal escondeu imagens das câmeras de segurança que comprovam o encontro de Dilma com a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira.
Segundo revelou a Folha, no encontro a petista teria pressionado a secretária a encerrar uma investigação do Fisco sobre a família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O ex-funcionário do governo ainda não respondeu à CCJ se vai aceitar o convite para prestar depoimento, previsto para ocorrer amanhã.
A resposta da servidora leia aqui: http://media.folha.uol.com.br/poder/2010/08/10/carta-caso_antonia-ej.pdf
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