A servidora da Receita Federal Ana Maria Caroto Cano disse, em depoimento à Polícia Civil de São Paulo, que recebeu ordens da Corregedoria da Receita Federal para apagar vestígios de quebras de sigilo fiscal realizadas em seu computador de trabalho, na agência do fisco em Mauá, onde foram violados os sigilos de cinco pessoas ligadas ao candidato a presidente José Serra (PSDB).
"Procedimento administrativo foi gerado no âmbito da corregedoria da Receita, quando Ana Maria teria sido orientada pelo próprio órgão censor a identificar os contribuintes que tiveram os sigilos acessados ou devassados através de sua máquina e obter declarações assinadas obviamente por tais contribuintes no sentido de anuírem a tais acessos",disse Ana Maria à polícia. O marido da servidora o contador José Carlos Cano Larios, a ajudou a comenter o crime de forjar documentos. Por conta disso os dois foram presos. Por meio da assessoria de imprensa, a Receita em São Paulo preferiu não comentar o depoimento da servidora.
O caso começou quando uma pessoa chamada Edson Pedro dos Santos foi à polícia para prestar uma queixa. Segundo Santos, na segunda-feira ele foi procurado por um homem que lhe pediu para que assinasse uma declaração de que havia solicitado à Receita que acessasse seus próprios dados fiscais. O interlocutor de Santos era o marido da funcionária. Luiz Carlos admitiu que havia procurado Edson. Em seu escritório, os policiais encontraram 23 declarações semelhantes a que havia sido feita para Edson dos Santos.
Ana Maria, por sua vez, admitiu que pediu ao marido para que procurasse as pessoas que tiveram seus dados violados a partir de sua máquina, mas ressaltou que o fez por ordem da Receita. De acordo com a corregedoria do fisco, no computador dela foram quebrados 31 sigilos fiscais.
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