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19 de novembro de 2010

CÚPULA DA RECEITA PODE SAIR, MAS NÃO DE IMEDIATO: Ministro terá de fazer mudanças em equipe

Autor(es): Luciana Otoni
Valor Econômico - 19/11/2010

A permanência de Guido Mantega no Ministério da Fazenda não o desobrigará de fazer mudanças relevantes em sua equipe. Pelo menos duas áreas importantes tendem a ter as estruturas alteradas, a Secretaria do Tesouro Nacional e a Secretaria de Política Econômica. A cúpula da Receita Federal também pode ser modificada, mas não de imediato.

Mantega terá que substituir Arno Augustin no Tesouro Nacional, que deixa o cargo para se tornar secretário de Finanças no governo de Tarso Genro (PT) no Rio Grande do Sul. A Secretaria de Política Econômica (SPE), também, pode sofrer mudanças caso a presidente eleita decida alçar Nelson Barbosa a um posto estratégico na área econômica. Barbosa é cotado para ministro do Planejamento ou para a presidência de um banco federal, entre outras funções. É por isso que a permanência ou não dele no Ministério da Fazenda dependerá mais de Dilma Rousseff que de Guido Mantega.

Ela pode optar por colocá-lo em um cargo de caráter executivo, mas isso também estará na dependência da divisão de poder com os partidos da base aliada.

Como a posição dele no novo governo não está definida, a Fazenda também não descarta a possibilidade de que ele continue à frente da SPE, formulando as principais políticas de caráter econômico e social da administração Dilma. A tendência é que funcione como um curinga, auxiliando diretamente a Presidência caso seja necessário.

Já a Secretaria do Tesouro é um dos órgãos de maior evidência na estrutura da equipe econômica por concentrar a administração do caixa da União, a administração da dívida pública em títulos federais e o desempenho fiscal do governo central.

É, em uma referência sintética, o cofre do governo. Em setembro, o Tesouro Nacional foi responsável por montar a engenharia financeira da capitalização da Petrobras e é um dos órgãos que, com o Banco Central, participa da administração da política cambial por meio de maior ou menor intervenção no mercado de câmbio, com a compra de dólares.

No Ministério da Fazenda, a avaliação inicial é que essas substituições, embora representativas, não acarretarão mudanças de vulto. A probabilidade maior é a permanência de Nelson Machado na Secretaria Executiva. Marcos Galvão, principal negociador brasileiro no G-20, foi indicado para ser o embaixador brasileiro no Japão e deixará vaga a Secretaria de Assuntos Internacionais, para onde pode ir outro diplomata.

A situação de Otacílio Cartaxo na chefia da Receita Federal é incerta. Contudo, a avaliação sobre a permanência ou a saída dele não seria feita de imediato. Conduzido ao cargo em substituição à gestão de Lina Vieira, Cartaxo teve atuação questionada nos episódios recentes de quebra de sigilo de dados fiscais de contribuintes.

As indicações mais firmes de que Mantega permanecerá à frente do Ministério da Fazenda e que poderia ser anunciado a qualquer momento ocorreram ontem, após reunião pela manhã entre ele e Dilma Rousseff, em Brasília. Depois da conversa com a presidente eleita, o ministro cancelou a viagem que faria a São Paulo e retornou ao edifício-sede do Ministério da Fazenda. Ele optou por entrar pela garagem para evitar os questionamentos dos jornalistas. Nesta manhã está prevista a ida dele para São Paulo.


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