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2 de novembro de 2010

Indústria do AM propõe barreiras para entrada de produtos importados

Manaus - Os fabricantes de eletroeletrônicos da Zona Franca de Manaus (ZFM) querem que o governo federal encontre mecanismos para dificultar as importações. “O governo poderia elevar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) cobrado na importação”, disse o presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus (Sinaees), Wilson Périco, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com a reportagem, o aumento de tarifas seria uma ação emergencial e temporária, enquanto o governo não ataca os antigos tormentos do setor produtivo: carga tributária elevada, juros altos e câmbio desfavorável às exportações - todos reflexos de um Estado gastador. A demanda dos industriais será uma das dores de cabeça do presidente eleito.

O setor de eletroeletrônicos quer que o governo eleve a tarifa de importação de alguns produtos dos atuais 12% para 35%. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, essa é a tarifa consolidada do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Outro setor afetado pela concorrência de importados, o de máquinas, um boletim reivindicando, entre outras providências, direitos antidumping. Trata-se da elevação de tarifas de importação para barrar a concorrência desleal. Os fabricantes de lâmpadas e luminárias, reunidos na Associação Brasileira da Indústria de Iluminação(Abilux), querem do governo medidas para fortalecer o setor. O objetivo é preservar os fabricantes de luminárias e controladores e atrair fábricas de lâmpadas fluorescentes compactas (hoje importadas) e de LEDs.

Impor barreiras a importados na forma de tarifas não é a opção preferida do governo. O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, disse que é preciso evitar uma guerra cambial, para não descambar numa guerra comercial. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, conversou com o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, sobre a adoção de uma política coordenada para lidar com o problema do câmbio. “A escalada protecionista, a gente sabe onde vai dar: a recessão dos anos 1930 foi resultado disso”, alerta o economista Flávio Castelo Branco, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade pretende entregar ao futuro presidente um conjunto de propostas para lidar com a crise na indústria. O aumento de proteção tarifária não está entre elas.

Marcas preferem trazer produtos do exterior

No setor de eletroportáteis, um dos mais afetados pelos importados, muitas marcas conhecidas dos brasileiros já não fabricam mais alguns produtos. Preferem trazê-los do exterior e só comercializá-los. “Temos evidências importantes que demonstram que há, sim, desindustrialização”, diz o presidente da Abinee, Humberto Barbato.

Em 2005, 15% do faturamento do setor vinha dos produtos importados. Em 2010, essa participação está em 20,7%. “Isso demonstra que estamos aumentando e muito a quantidade de produtos acabados importados”.
Hoje, 87% dos aparelhos de DVD comercializados no Brasil são importados. “E esse produto já foi carro-chefe de muitas indústrias grandes daqui”, observa o presidente do Sinaees, Wilson Périco. “Não vemos fábricas fechando porque elas estão fazendo outras coisas”.

Em agosto, a produção industrial do País registrou uma queda de 0,1%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas o resultado acumulado nos oito primeiros meses do ano mostra um avanço na casa dos 14,1%. No mesmo mês, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) registrou aumento de 0,5% nas horas trabalhadas e de 0,8% no emprego, embora o faturamento tenha caído 0,3%.

Outros números, porém, mostram que há algo errado. O consumo do brasileiro cresce a taxas de 8% a 9%, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) se expande a 7%. A diferença é suprida por importados. O comportamento dos saldos comerciais de diversos setores da indústria também reforça essa percepção.
 
Fonte: D24AM


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