Autor(es): agência o globo:Leila Suwwan
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O Globo - 15/06/2011
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SÃO PAULO. O governo federal demitiu em fevereiro a funcionária Adeildda Ferreira dos Santos, pivô do escândalo da violação do sigilo fiscal do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge, e de outros tucanos ligados a José Serra. Adeildda, servidora cedida à Receita pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), admitiu que aceitava encomendas de dados de contribuintes em troca de pagamento e foi indiciada. Nas eleições de 2010, as investigações revelaram que dados secretos das vítimas foram acessados em seu terminal, na agência da Receita Federal em Mauá (SP).
O advogado de Adeildda, Marcelo Panzardi, estuda entrar com ação trabalhista por danos morais e tentar o retorno da cliente ao emprego. Segundo ele, o inquérito da Polícia Federal e o processo administrativo disciplinar da Receita não foram concluídos. Portanto, Adeildda não poderia ser considerada culpada e punida:
- A rigor, não há nada de ilegal na demissão por justa causa. Mas houve uma presunção de culpa, quando na verdade as investigações praticamente pararam após as eleições.
Adeildda estava afastada e recebeu salário durante as investigações. O Serpro apenas confirmou o "desligamento", mas não quis se pronunciar. A assessoria da Receita disse não poder verificar o andamento da sindicância no fim da tarde de ontem.
Segundo a PF, o crime remonta à iniciativa do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, que chegou a ser chamado para participar da pré-campanha de Dilma Rousseff. Ele teria encomendado os dados de tucanos ao despachante Dirceu Garcia, por cerca de R$12 mil. Garcia teria se valido de "colaboradores" para obter os dados, pelas agências da Receita em Mauá e Santo André.
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