Aos
Analistas Tributários de todo o Brasil
Lá do ANALISTA-TRIBUTÁRIO MOBILIZAÇÃO MINAS
Lá do ANALISTA-TRIBUTÁRIO MOBILIZAÇÃO MINAS
2011.
Maio chegava ao fim e esperávamos junho, com seu frio, noites mais tranquilas e
a promessa dos ipês. Mas o que nos trouxe foi uma inesperada tempestade de verão
na forma de uma ADI, que nos rouba não apenas a esperança no futuro, mas nossa
própria existência funcional.
Vieram as assembleias. Reunimo-nos e cobramos uma resposta da administração da Receita, que tem a responsabilidade jurídica de defender seus atos, questionados na ADI. Não tardou e a manifestação esperada veio. Fomos para a próxima assembleia para comemorar o fato, esperando o arrefecimento dos ânimos e a resignada espera pela decisão do STF. Outra surpresa: havia ainda mais pessoas nas assembleias. Em Belo Horizonte, por exemplo, éramos mais de 100 no auditório da Afonso Pena.
Vieram as assembleias. Reunimo-nos e cobramos uma resposta da administração da Receita, que tem a responsabilidade jurídica de defender seus atos, questionados na ADI. Não tardou e a manifestação esperada veio. Fomos para a próxima assembleia para comemorar o fato, esperando o arrefecimento dos ânimos e a resignada espera pela decisão do STF. Outra surpresa: havia ainda mais pessoas nas assembleias. Em Belo Horizonte, por exemplo, éramos mais de 100 no auditório da Afonso Pena.
A mobilização, nascida da indignação causada
pela absurda ação judicial, persistia e ganhava novos contornos. Os
questionamentos começaram a surgir nas declarações: porque as coisas chegaram a
esse ponto? Existe um responsável? Quem? O que poderíamos ter feito para evitar?
O que ainda podemos fazer? É esse o projeto que queremos para nossas carreiras,
para a Receita, para o país?
Começamos também a ensaiar respostas. Mais duas
semanas de ensaios e tínhamos um esboço do problema.
Em primeiro lugar, identificamos nossa própria
apatia - que vem de anos - diante da evidente intenção da administração da
Receita de nos afastar de atribuições, de chefias e de processos decisórios que
sempre desempenhamos com compromisso e competência. Parte dessa apatia,
atribuímos à forma de ação do nosso sindicato, que há anos mantém a categoria
imobilizada, convicta de que tem tudo sob controle: desde que façamos as
contribuições, tudo se resolve pela via jurídica ou por lobby. Em meio a nossas
rotinas atribuladas, é cômodo acreditarmos nisso, mas a realidade acaba de nos
mostrar que não é tão simples.
Como segundo ponto, identificamos o
autoritarismo da própria administração, que se arvora de dona do fisco federal e
se mostra incapaz de propor, discutir e gerir um projeto democrático e
eficiente, que não desperdice o grande capital de inteligência do seu quadro
funcional, e que cumpra sua missão declarada publicamente de “exercer a
administração tributária e o controle aduaneiro, com justiça fiscal e respeito
ao cidadão, em benefício da sociedade”. Temos uma administração que se recusa a
discutir seus problemas internos, deformando projetos como o Pro Pessoas, - e
externos, negando-se à discussão do controle social da RFB.
Fechando o tripé do problema, identificamos a
estranha impotência do governo – ou seria conveniência? - diante da arrogância
de sua máquina arrecadadora ineficiente, que pretende, através da Lei Orgânica
do Fisco, tornar-se intocável e não sujeita ao controle da sociedade brasileira,
como qualquer órgão da administração pública.
Com esse quadro definido, aproveitando o
despertar forçado pelo atropelo da ADI; o projeto de modernização anunciado pela
Receita - tornar-se mais eficiente e redefinir processos -; a proximidade de
novos concursos para Analista, Auditor e ATA, percebemos que estamos diante de
uma oportunidade única, talvez a última, de encontrar respostas para esses
velhos e recorrentes problemas, de construir uma solução que nos atenda, que não
nos seja imposta de cima. Avaliamos que é tempo de agir e não apenas de reagir,
quando a tempestade se aproxima.
(Aqui, cabe um parênteses: o Ministério da
Fazenda criou, em 01/08/2011, o Comitê Estratégico de Gestão, que irá, segundo o
anúncio, “definir e institucionalizar o processo de planejamento estratégico,
com diretrizes como a busca da eficiência e da eficácia organizacional e a
disseminação das melhores práticas de gestão”. O secretário da RFB é um dos
membros do CEG.)
Nosso passo seguinte foi concebido nas AGEU de
julho, que continuaram participativas, apesar das férias de muitos colegas.
Elegemos comandos locais e um comando estadual para coordenar os trabalhos,
criamos comissões temáticas para propor soluções e partimos para a ação.
Os primeiros temas atacados foram: atribuições;
mapeamento das atividades efetivamente desempenhadas pelos servidores de cada
serviço/equipe; resgate da história da carreira - com a elaboração de uma
cartilha; estudo da ADI e da ACP, por colegas da área jurídica; e o trabalho
permanente de manutenção e ampliação da mobilização.
Esses temas estão sendo trabalhados pela
comissões e debatidos nas AGEU. Para as próximas assembleias, esperamos os
primeiros resultados.
Outras ações propostas e aprovadas, para um
cronograma definido até setembro/2011, incluem a demanda para que a
administração da 6a RF realize um seminário, com representantes das diversas
carreiras que compõem o corpo funcional da Receita, para discutir atribuições. O
pedido foi entregue ao gabinete do superintendente e estamos aguardando seu
posicionamento formal. Caso a administração se recuse a realizar o seminário,
discutiremos com a Esaf a possibilidade da Escola Fazendária organizá-lo.
Para o dia 17/08, atendendo ao chamado do
Comando Nacional, estamos organizando o Dia Nacional de Protesto em todo o
estado. Ainda estamos aguardando a posição do Comando sobre os atos programados
para o dia. Mas já avaliamos que talvez ele não venha em forma de paralisação e
atos coordenados em todo o pais, cobrando da administração e do governo um novo
projeto para a Receita e seus servidores. Considerando o grau de organização e
mobilização em Minas e o caminho já trilhado nesses últimos dois meses,
avaliamos que essa seria a forma adequada de protesto para o dia 17. Assim,
estaremos propondo nas assembleias da semana anterior ao dia 17/08 que, caso o
Comando Nacional não faça esse chamado à categoria, os Analistas de Minas
discutam essa forma de protesto, incluindo um dia de paralisação. Acreditamos
ser esse o próximo passo natural do nosso movimento.
Programamos uma plenária estadual para os dias
12, 13 e 14 de setembro, em Belo Horizonte. Na reunião do dia 30/07, entre o
comando estadual e o CEDS, elegemos a comissão organizadora do evento, definimos
a forma da plenária e os convidados. A partir desta AGEU, até a data da
plenária, propomos que as assembleias tenham como tema central o levantamento de
propostas e discussões para o evento. Optamos pela adoção de teses para a
plenária, tendo como tema principal ATRIBUIÇÕES e VALORIZAÇÃO dos Analistas
Tributários. As teses deverão ser encaminhadas ao Comando Estadual, que fará uma
sistematização prévia e as devolverá para debate e aprovação nas assembleias
locais. As teses aprovadas localmente irão à plenária de setembro para discussão
e aprovação estadual. Amanhã, apresentaremos as AGEU um cronograma para envio
das teses.
Para a assembleia de amanhã, o Comando convidou
colegas de outros estados para participarem. Estarão em Belo Horizonte
representantes da DS Brasília e do Rio de Janeiro. A intenção é ouvir o que
pensam os Analistas do país, sobre sua situação atual e dizer-lhes sobre nossa
convicção de que este é o momento de agir, e chamá-los a aderir e expandir o
movimento.
No último sábado, 30/07/2011, o CEDS/MG e o
Comando Estadual reuniram-se em Belo Horizonte. Com exceção de Uberlândia,
participaram todas as unidades do interior, a maioria com mais de um
representante, além de oito colegas da capital, mostrando a disposição de Minas
Gerais para avançar na construção de propostas de valorização dos Analistas
Tributários. As discussões e deliberações da reunião estão disponíveis aqui no
nosso blog e serão apresentadas na AGEU de amanhã pelos participantes de cada
unidade.
Lamentamos que outros estados ainda não tenham
se juntado a nós, muitos ainda, sabemos, a espera de uma orientação da direção
nacional do sindicato.
Lamentamos também o silêncio da Diretoria Executiva Nacional e a falta de orientações do Comando Nacional de Mobilização, eleito em CNRE de 2010. Forma de eleição, aliás, sobre a qual as AGEU de Minas já se pronunciaram contrárias, por acreditar que a legitimidade dos integrantes de um comando vem de sua eleição nas assembleias.
Lamentamos também o silêncio da Diretoria Executiva Nacional e a falta de orientações do Comando Nacional de Mobilização, eleito em CNRE de 2010. Forma de eleição, aliás, sobre a qual as AGEU de Minas já se pronunciaram contrárias, por acreditar que a legitimidade dos integrantes de um comando vem de sua eleição nas assembleias.
Mas acreditamos sinceramente, que muito breve
estaremos todos juntos, com a categoria, a DEN e o Comando Nacional trabalhando
em uníssono por um objetivo comum: a valorização dos Analistas
Tributários.
Nesse estágio do movimento em Minas Gerias,
mais de dois meses do início da mobilização, vimos com clareza o tamanho do
desafio a que nos propusemos, mas temos a mesma clareza sobre a oportunidade
única do momento, sobre a força esquecida da união e sobre onde queremos chegar.
Se lutamos, podemos ganhar ou perder.
Se não lutamos, só podemos perder.
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