Autor(es): Gustavo Henrique Braga
Correio Braziliense - 28/09/2011
Fabricação do videogame da Microsoft no país reduz o preço do produto para até R$ 799. Vendas começam na próxima semana
A Microsoft vai oferecer o videogame XBox 360 por preços mais atraentes que os atualmente praticados no país. A queda vai ocorrer porque o equipamento, agora, também é produzido no Brasil. Ontem, a empresa anunciou a operação em uma fábrica em Manaus. As primeiras unidades processadas na Zona Franca chegarão às prateleiras das lojas na próxima quarta-feira, com preços 40% mais baixos do que os importados. A companhia informou que o modelo de 4GB de memória, vendido atualmente por R$ 1.299, passará a custar
R$ 799. Já a versão com HD interno de 250GB cairá de R$ 1.599 para R$ 1.099.
O anúncio foi feito durante uma solenidade no Ministério da Ciência e Tecnologia marcada pela ausência do anfitrião, o ministro Aloizio Mercadante. No mesmo horário, o titular da pasta participava de um compromisso com a presidente Dilma Rousseff. O presidente da Microsoft no Brasil, Michel Levy, não revelou o valor investido no país nem quantos empregos foram gerados com a nova fábrica, que tem capacidade para produzir 17 mil aparelhos por semana. O volume de produção pode ser triplicado, a depender da demanda.
A fabricação dos consoles será feita pela Flextronics, parceira da Microsoft na área de hardware. A companhia produzirá também o cartão de assinatura do serviço XBox Live!, que permite aos usuários, entre outras coisas, jogar em rede com outros competidores, do Brasil ou de outros países. Com a iniciativa, o cartão de assinatura de três meses sairá por R$ 44; e o de 12 meses, por R$ 99. Já o cartão de 1,5 mil pontos custará R$ 44; e o de 4,5 mil pontos, R$ 119.
O XBox é o segundo videogame mais popular do mundo, atrás apenas do Wii, da Nintendo, que também negocia com o governo brasileiro a instalação de uma fábrica no país. Atualmente, o Wii é vendido por preços a partir de R$ 600. A Sony, fabricante do Playstation, também estaria interessada nesse modelo de negócio. Virgílio de Almeida, secretário de Política de Informática do ministério, disse que a instalação de fábricas de games no Brasil traz um conjunto de oportunidades, como formação de mão de obra qualificada e atração de processos industriais complexos.
Iceberg
"O mercado de games movimentará US$ 74 bilhões no mundo só em 2011 e chegará a US$ 112 bilhões até 2015. O Brasil responde por menos de 1% desse montante, mas tem grande potencial para elevar essa participação", declarou Almeida. A seu ver, a fábrica em si é apenas a ponta de um iceberg. Ele lembrou que a tecnologia usada nos videogames envolve toda uma cadeia interdisciplinar, como gráficos, interfaces de interação com o usuário e hardware — um leque de oportunidade de negócios.
Cristina Palmaka, diretora de canais com o consumidor da Microsoft, aposta que o Brasil tem potencial para se tornar o quinto maior mercado de games no mundo — atualmente, o país está entre os 10 mais importantes. A fabricante do XBox já havia anunciado a produção local de jogos, e os preços também foram reduzidos. Algumas opções já são encontradas a partir de R$ 69 nas revendas oficiais. O primeiro lançamento fabricado aqui foi o do Gears of War 3, à venda por R$ 129.
Crime virtual
Ao desmontar uma rede de envio de e-mails infectados por vírus, a Microsoft anunciou ontem ter dado um golpe nos criminosos virtuais. A empresa processou Dominique Alexander Piatti, residente na República Tcheca e proprietário de um domínio na internet usado para o controle das operações. Denominada "Kelihos", a nova rede aparentemente é uma reedição da primeira, que usava táticas legais para praticar crimes.
Notebooks às classes B e C
A H-Buster inaugurará em Cotia (SP) sua terceira fábrica na próxima sexta-feira. Com isso, a empresa ampliará a capacidade de produção de notebooks que eram fabricados exclusivamente em Manaus (AM). A nova linha de montagem, com 36 mil metros quadrados construídos, recebeu investimentos da ordem de R$ 60 milhões e inicialmente vai produzir, a cada mês, 30 mil unidades de dois novos modelos de laptops. "Vamos concentrar nossas vendas no público das classes B e C, principalmente nas regiões Norte e Nordeste", explicou Guilherme Ho, diretor presidente da H-Buster. A aposta no segmento de computadores tem um motivo óbvio: o Brasil responde, atualmente, pela terceira colocação mundial em vendas.
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