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6 de outubro de 2011

Comércio em desequilíbrio com chegada de chineses a Manaus

Os preços baixos chamam a atenção de consumidores e afetam comerciantes amazonenses
 
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MANAUS – O mercado amazonense teme a crescente chegada de comerciantes chineses ao Centro de Manaus. Empresários locais denunciam que a “invasão” tem causado a queda da competitividade e acarretado prejuízos aos trabalhadores. O motivo para o problema – a disparidade de preços entre as lojas chinesas e amazonenses – seria a importação ilegal dos produtos e sonegação de impostos à Receita Federal.

A chegada dos chineses em massa iniciou em fevereiro de 2011. Uma das primeiras lojas chinesas a se instalar na cidade foi a de Kassin Wing, de 56 anos. Mesmo apreensivo, ele aceitou conversar com a equipe do portalamazonia.com. Segundo ele, Manaus está no topo da lista de interesses do mercado chinês. “Atuávamos na Rua 25 de março, em São Paulo. O mercado está completamente saturado na região Sudeste. O proprietário da loja, o Fang, viajou por dez capitais brasileiras à procura de um mercado de possibilidades, o que só veio achar aqui”, afirmou.

Os produtos chineses são vendidos abaixo do preço do mercado amazonense por serem trazidos diretamente pelas famílias de comerciantes. Wing explicou que os produtos chegam a São Paulo e somente depois são transportados para Manaus. A ação é fortemente criticada pela Associação Comercial do Amazonas (ACA). “A concorrência aberta por eles é predatória. Eles atuam por meio de contrabando, o que os isenta impostos”, defendeu o presidente da entidade, Gaitano Antonaccio.
Entre os comerciantes, as reclamações também não param. É o caso do proprietário de uma importadora na Rua Guilherme Moreira, Deepa Ramchandani, de 26 anos. Ele disse que a diferença no lucro é alarmante. “Sinto no dia-a-dia a dificuldade em vender produtos semelhantes aos deles. Há dias que abaixamos o valor por menos da metade para pagar as contas em dia”, contou.

E mais chineses estão por vir. Wing revelou que a notícia do aquecimento do mercado manauara se espalha pela comunidade chinesa de São Paulo. “Contamos para dois amigos sobre a oportunidade de lucro em Manaus. Eles vieram pouco tempo depois e já se instalaram na cidade. Além deles, outros já visitaram a capital para analisar a possibilidade de transferir os negócios para Manaus”.

Para o economista Marcelo Souza, o processo de prevenção a este comércio deve começar na entrada dos produtos. “O Estado deve implantar políticas de fiscalização desde a chegada nas cargas. Caberia ao Governo não permitir a entrada de produtos que burlam as leis fiscais”, afirmou.

Questionado sobre como a Receita Federal tem atuado quanto às fiscalizações nas lojas onde supostamente há sonegação de impostos, o inspetor-chefe substituto da Alfândega do Porto de Manaus, Fernando Shiota, afirmou que há um cronograma de fiscalizações da unidade aduaneira para averiguar tais denúncias. Segundo ele, havendo indícios de ilícitos, os responsáveis serão alvo de denúncia ao Ministério Público Federal (MPF), por meio de Representação Fiscal para Fins Penais (RFFP).

Competitividade

Segundo a gerente de loja France Brandão, de 44 anos, uma bolsa similar à vendida na loja de Wing por R$ 65 é encontrada no valor de R$ 79,90 na loja da amazonense. “O produto deles é mais barato sim, mas não tem a mesma qualidade dos produtos que vendemos em Manaus”, defendeu France. “As bolsas que vi nas lojas chinesas parecem ser mais frágeis que as encontradas em outras lojas. Não adianta comprar o mais barato se a qualidade é inferior”, concordou a cliente Lúcia Lasmar, de 45 anos.

Fonte: JARU ONLINE


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