| Autor(es): » EDSON LUIZ |
| Correio Braziliense - 12/04/2012 |
Farta documentação foi recolhida. Pelo menos 80 pessoas faziam as declarações falsas
A Polícia Federal informou ontem que pelo menos 80 pessoas estariam envolvidas nas fraudes no Imposto de Renda desvendadas pelas investigações que resultaram na Operação Marcação Cerrada. Todas elas, conforme a PF, são associadas ao responsável pelo preenchimento das declarações.
Durante as buscas e apreensões realizadas ontem em dois locais, foram apreendidos três notebooks, um netbook, um pen-drive e diversos CDs, DVDs e disquetes. Além disso, foi recolhida farta documentação, possivelmente utilizada no crime, como notas fiscais e recibos médicos originais, declarações de IR de pessoa física, comprovantes e demonstrativos de rendimentos — tudo em nome de terceiros. A PF também reteve R$ 300 e cerca de R$ 4 mil em cheques.
Dos dois mandados de busca e apreensão contra um dos investigados, somente em um dos locais a Polícia Federal encontrou material de interesse para as investigações, que tem semelhança com outras ações desencadeadas pela corporação em anos anteriores. Uma delas é a propaganda feita pelo fraudador para alcançar um número maior de clientes. A divulgação dos serviços era feita por meio de panfletos e cartões de visita, entre outros meios. A princípio, a Polícia Federal deve indiciar os principais envolvidos por prática de crimes de quadrilha e falsidade ideológica e, a depender do decorrer das apurações que vão prosseguir, pode constatar delito contra a ordem tributária.
O esquema é semelhante a outro descoberto pela Polícia Federal, há três anos, quando foi desbaratado um grupo — formado por quatro pessoas — que atuava em fraudes nas declarações de Imposto de Renda. Elas cobravam R$ 300 adiantados — que justificaram os mais de 300 cheques encontrados em uma sala da 108 Norte — e mais 20% dos valores das restituições, cuja média era de R$ 10 mil. O esquema agia desde 2005 e gerou uma renda de mais de R$ 400 mil aos fraudadores. O negócio era comandado por um ex-servidor público e um policial civil.
Em menos de uma semana, o caso desvendado pela Operação Marcação Cerrada é o segundo descoberto pela Polícia Federal. Em Teresina, uma investigação da PF levou à prisão de uma pessoa que, com restituições fraudadas, conseguiu dar um prejuízo de R$ 1,7 milhão ao Fisco.
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